Queda de janela provoca prejuízos de 10 mil euros na Igreja da Misericórdia de Aveiro

Porto Canal/ Agências
Uma janela do altar da Igreja da Misericórdia de Aveiro, classificada como Monumento de Interesse Nacional, caiu devido ao vento forte que se fez sentir hoje de madrugada, provocando estragos que podem ultrapassar os 10.000 euros, disse o vice-provedor.
“Não houve prejuízos de maior, mas como é um edifício histórico classificado obriga-nos a trabalho de recuperação. A igreja vai ter de estar fechada e as visitas ficam canceladas”, disse o vice-provedor da Santa Casa da Misericórdia de Aveiro, Francisco Ferreira.
Em declarações à agência Lusa, Francisco Ferreira estimou que os estragos na janela de ferro e vidro que remonta a 1609 sejam superiores a 10 mil euros.
“É um valor alto para a Misericórdia porque temos sempre muita dificuldade em despender dinheiro que não seja nos equipamentos sociais ou nos infantários, que são o nosso foco. O património é algo que herdamos e queremos preservar, mas fica-nos sempre complicado porque não rende o suficiente”, explicou.
Admitindo que a Santa Casa de Misericórdia de Aveiro pondera “bater a várias portas” para “arranjar fundos”, Francisco Ferreira explicou que em causa não está uma reparação com cimentos normais e que todo o processo carece de técnicos especializados.
A janela que caiu devido aos ventos fortes que se fizeram sentir durante a noite em todo o território nacional tem cerca 2,5 metros por 80 centímetros.
Esta é, disse o vice-provedor, “uma das igrejas mais visitadas de Aveiro, uma igreja única, toda revestida a azulejo o século XVII”.
“É muito bonita em termos patrimoniais”, acrescentou.
Situada na Praça da República, a Igreja da Misericórdia de Aveiro começou a ser construída em 1600 e teve a primeira missa em 1609.
Trata-se de um edifício de estilo renascentista, ligado à renascença coimbrã, que teve como construtor Francisco Fernandes, o mestre oficial das obras de Coimbra.
Serviu de Sé quando foi criado o Bispado de Aveiro.
O mau tempo registado entre quarta-feira e hoje de manhã no continente português deu origem a 5.800 ocorrências e 15 desalojados, de acordo com o mais recente balanço da Proteção Civil, que reconhece tratar-se de um número "acima da média".
O registo diz respeito ao período entre as 00h00 de quarta-feira e as 11h00 desta quinta-feira, com destaque para a queda de árvores, tendo-se verificado ainda algumas inundações.