Café Ceuta passa a fazer parte da tradição do Porto
Porto Canal
O Café Ceuta é, a partir desta segunda-feira, um estabelecimento histórico do Porto. Reaberto em outubro de 2021, após atrasos devido à pandemia, o espaço recebe em 2025 o selo Porto de Tradição, um programa da Câmara do Porto para salvaguardar o comércio local e tradicional. Também a loja Supercasa e “Os Pauliteiros de Nevogilde” passaram a integrar o programa municipal.
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A proposta foi levada a reunião do Executivo camarário a 13 de janeiro, sendo aprovada por unanimidade. Já esta segunda-feira, e após o período de consulta pública, o Executivo votou favoravelmente com unanimidade para que a entrada fosse oficializada.
O Café Ceuta abriu em julho de 1953, num edifício com assinatura do arquiteto Carlos Neves, refere a resenha da equipa técnica do Porto de Tradição. O negócio conta com dois trespasses, um deles em 1972 e outro em 2019, onde pela mão do atual proprietário, Nuno Castro, “foram realizadas obras de remodelação interior com o cuidado de preservar a traça original”.
Segundo o documento o renovado Café Ceuta “é marcado pelo pavimento em marmorite e pelo revestimento das paredes em brecha da Arrábida, rocha ornamental calcária exclusiva da região de Setúbal e classificada como Pedra Património Mundial. Têm lugar de destaque três vitrais em cristal fosco, de grandes dimensões, que ilustram a partida do exército português para a tomada da praça de Ceuta, em 1415. Estes vitrais ocupam os vãos originalmente destinados aos frescos que decoravam as paredes do café, com representações das Quatro Estações, da autoria de António Coelho de Figueiredo, que se terão perdido nos anos 70. Na cave, encontam-se três mesas de bilhar, mantendo viva a memória da época onde funcionou a sala de jogos”, pode ler-se.
Os cafés históricos do Porto foram núcleos de pensamento e de encontro de políticos, artistas e intelectuais da cidade, do qual o Ceuta fez e faz parte, com as famosas tertúlias.
O espaço foi também “cenário de filmagens para o filme 'Porto' (2016), de Gabe Klinger e para a série televisiva 'Mulheres de Abril' (2014), produzida para a RTP1. Mais recentemente foi aí realizada a entrevista a Elisa Ferreira por Fátima Campos Ferreira, para a rubrica 'Primeira Pessoa' da RTP1 (2022) e filmado o videoclip do cantor Fernando Daniel, 'metade' (2023), dirigido por André Tentugal”, refere a resenha.
