Metrobus vai para a estrada em maio, oito meses depois do previsto

João Nogueira com Lusa
Depois de meses de impasse e de um deserto no corredor central na Avenida da Boavista, é esperado que em maio o metrobus arranque a sua operação. A informação foi avançada esta quinta-feira pela empresa fornecedora dos veículos, a CaetanoBus, e confirmada pela Metro do Porto. Os veículos, que inicialmente foram apontados para chegar este mês, devem chegar em abril. Apesar da empresa ter anunciado a conclusão da obra em agosto, a Câmara do Porto reitera que a mesma ainda não foi entregue pela empresa.
"Irá começar a circular na Avenida da Boavista, no Porto, já no início de maio, representando um marco importante no projeto metrobus, que visa melhorar a mobilidade urbana na cidade do Porto", lê-se num comunicado da CaetanoBus divulgado esta quinta-feira.
Tal como o Porto Canal noticiou há dias, os primeiros veículos do metrobus ainda não foram enviados e não chegam em fevereiro, como tinha apontado a Metro do Porto inicialmente. A data que até aqui permanecia uma incógnita foi apontada agora para maio.
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De acordo com a CaetanoBus, "a primeira unidade deste novo autocarro, CAETANO H2.CityGold 18, com as primeiras entregas à Metro do Porto, passou esta semana todos os testes tecnológicos em fábrica".
Além dos testes de fábrica, a CaetanoBus refere que a primeira unidade do modelo irá "iniciar testes de estrada na Boavista dentro de dois meses". "Está a ser agora finalizada, e contará com uma decoração exterior e interior alinhada com a identidade da Metro do Porto", é indicado no comunicado.
O novo autocarro elétrico movido a hidrogénio, e com 18 metros, "está equipado com a mais recente geração da tecnologia de pilha de combustível a hidrogénio da Toyota, que a CaetanoBus testou recentemente e com grande sucesso, nos Jogos Olímpicos de Paris no verão de 2024".
"Esta nova tecnologia permite uma autonomia de até 480 km para autocarros desta dimensão com um único carregamento", de acordo com a CaetanoBus, tendo capacidade para até 135 passageiros.
Tempo de reabastecimento
Foto: CaetanoBus
A empresa refere que "o tempo de reabastecimento do hidrogénio é significativamente inferior, demorando cerca de 15 minutos, enquanto um autocarro elétrico a baterias pode necessitar de três a quatro horas para um carregamento completo".
O projeto envolve ainda "a instalação de um eletrolisador para a produção de hidrogénio verde, garantindo assim o abastecimento sustentável dos autocarros", com "implementação de infraestruturas associadas, como posto de abastecimento de hidrogénio, bem como sistemas de produção de energia elétrica renovável, como painéis solares, para alimentar a operação".
As infraestruturas de apoio à operação, que apesar de ter sido encomendada pela Metro do Porto será feita pela Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), estão a ser desenvolvido por um consórcio português liderado pela CaetanoBus, em parceria com a PRF, DST Solar, Dourogás e BrightCity.
O consórcio "assegura não só o fornecimento e manutenção dos veículos, mas também a criação de toda a infraestrutura necessária para o funcionamento eficiente e sustentável da frota", indica.
A empreitada do metrobus foi dada como terminada pela Metro do Porto em setembro. A verdade é que o atraso dos autocarros está a prolongar um deserto no canal do metrobus que, durante este período está a servir de “ciclovia improvisada” para ciclistas e modos suaves.
Recorde-se que na Avenida Marechal Gomes da Costa, as estações estão ao centro, e tal obriga a que os autocarros que ali circulem tenham portas do lado esquerdo, sendo que os autocarros da STCP têm apenas portas à direita, e por isso, uma operação provisória foi retirada das possibilidades.
O conjunto dos veículos e do sistema de produção de energia para a sua alimentação e infraestrururas de apoio à operação custaram 29,5 milhões de euros. Já a empreitada do metrobus custa cerca de 76 milhões de euros.