Presidente da TMP assume que há "problemas graves" nos lotes da Unir a sul do Douro

Porto Canal/ Agências
O presidente da Transportes Metropolitanos do Porto (TMP), Marco Martins, confirmou esta quarta-feira que há "problemas graves" na operação nos lotes da rede Unir a sul do rio Douro, esperando poder começar a fiscalizar os operadores em abril.
"Há problemas graves, significativamente, no lote 4 e no lote 5, são aqueles a sul da Área Metropolitana, um que engloba Gaia e Espinho, e depois outro da zona mais a sul - Vale de Cambra, Oliveira de Azeméis, São João da Madeira, Santa Maria da Feira e Arouca, onde há problemas maiores", disse esta quarta-feira o presidente da TMP aos jornalistas.
Marco Martins tinha sido questionado acerca das primeiras semanas enquanto presidente da TMP, após ter formalmente tomado posse esta quarta-feira, numa cerimónia que contou com a presença do ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, e o presidente da Área Metropolitana do Porto (AMP), Eduardo Vítor Rodrigues, na sede da AMP.
Em causa estão "falhas no cumprimento dos horários programados".
"É uma realidade e não podemos fugir a ela. Não tem culpa a Área Metropolitana, não têm culpa os autarcas, de facto o operador falhou. Aquilo que temos de fazer agora é um trabalho em conjunto para aquilo que foi publicitado cumprirem", vincou.
Para Marco Martins, "o cidadão não pode estar à espera", apontando ainda para 01 de março a publicação dos horários do lote 4 (Gaia e Espinho), "coisa que não existe" atualmente.
"A informação que nós temos da Área Metropolitana, e confirmado pelo operador, é que não está a cumprir o que está aprovado, e que alterou [os horários]. Isso não pode acontecer. E obviamente tem que ter consequências", asseverou.
Marco Martins assegurou ter uma postura "construtiva, de diálogo" para ultrapassar as falhas, tendo já tido três reuniões com o operador do lote de Gaia e Espinho, a Transportes Beira Douro (pertencente à Auto Viação Feirense), "para que aquilo que for aprovado e divulgado seja cumprido".
O responsável da TMP afirma que neste momento este é um problema "operacional da própria empresa" Transportes Beira Douro, que também "terá razão" nalgumas queixas relativas a pagamentos.
Quanto ao lote 5, os problemas regem-se com "alterações à oferta que não foram comunicadas e que foram detetadas" pelo menos em Arouca, "que nem a AMP pediu, nem a Câmara pediu, e que o operador decidiu implementar".
"Isto não pode acontecer", reiterou Marco Martins, recordando que a AMP não tinha "equipa técnica suficiente, fez o que pôde com sete ou oito pessoas" no âmbito da fiscalização.
Agora, será necessário "perceber que há quem controle, que há quem fiscalize, e obviamente há penalizações para quem não cumprir", reiterando que "não devia ser" necessário sensibilizar os operadores para cumprirem os horários publicitados, "mas é".
Além dos horários, a TMP poderá fiscalizar também "o estado dos autocarros, a limpeza, se os painéis de destino funcionam, se os motoristas estão a cobrar bilhetes".
"Esta rede tem de ser montada sob pena de isto andar em roda livre", vincou.
Precisamente quanto à fiscalização da operação da Unir, a TMP passará a ter condições de gestão para o fazer "a partir de 01 de abril" e começar nesse mês a fiscalização no terreno, através de várias equipas.
"Há dois tipos de fiscalização. Aquela no terreno, 'in loco', e há aquela que é informática e que não existe", ao contrário do que já acontece em Lisboa, apontando Marco Martins para "um sistema já com alguma robustez para poder monitorizar o que acontece" esteja no terreno "no prazo de meio ano".
A empresa Transportes Metropolitanos do Porto foi formalmente constituída em janeiro e integrou as valências do TIP (Transportes Intermodais do Porto), que gere o sistema Andante e as competências da Área Metropolitana do Porto em termos de mobilidade e transportes, gerindo também os contratos com os operadores da Unir.