“Baratas e ratos por todo o lado”. Edifício em ruínas na Praça dos Poveiros é uma ameaça para os negócios

“Baratas e ratos por todo o lado”. Edifício em ruínas na Praça dos Poveiros é uma ameaça para os negócios
Porto Canal
| Porto
João Nogueira

É impossível pensar na Praça dos Poveiros, no Porto, e não se lembrar dos cheiros intensos da comida ou das centenas de pessoas que, todos os dias, ali se sentam para saborear o melhor da cidade. Porém, ao lado deste cenário, persiste um edifício devoluto, em ruínas há décadas, que se arrasta sem qualquer ação por parte do proprietário. E a situação não é apenas uma questão de degradação estética: os comerciantes da zona queixam-se de problemas constantes com a proliferação de bichos e um risco iminente para a segurança de quem por ali passa.

 
 
 
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 “É um edifício que está completamente em ruínas, com a fachada a cair aos pedaços. Não podemos permitir que uma coisa destas continue no centro da cidade, no meio do Porto”, partilhou Miguel Pereira, dono de um estabelecimento comercial ao lado do edifício.

“Não é só uma questão de estética, é uma questão de segurança. Este edifício está a arruinar a imagem da cidade e a afetar o nosso trabalho”, explicou o comerciante.

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Além do edifício em decadência, Miguel Pereira aponta ainda a presença de ratos e baratas como outro problema grave. “Temos ratos e baratas por todo o lado”.

José Lemos Pereira, comerciante naquela praça há mais de 50 anos, também partilha do mesmo problema. A cada três meses, explicou, tem de “chamar alguém para desinfetar”.
José não está sozinho nas queixas. “Os ratos e as baratas são uma constante aqui. Todos os vizinhos reclamam. Não há limpeza, e o prédio continua a atrair esses bichos. Como é que isto pode acontecer no centro de uma cidade que se quer moderna e limpa?”, questiona.

O comerciante ainda se lembra do entra e sai naquele edifício que funcionou como comércio e habitação. “Mas o teto caiu, e os inquilinos tiveram que sair, como o comércio. (…) Já houve incêndios e a situação só piora”.

De facto, em 2023, houve um incêndio que deflagrou naquele edifício. No seu seguimento, e dada a inoperância do proprietário, a autarquia teve que tomar medidas de segurança, entre elas o desmonte da cobertura fragilizada pelo incêndio, a retirada de elementos das fachadas, a remoção das madeiras, o fecho adequado dos vãos e a criação de perímetro de segurança recorrendo a grades”, explicou a autarquia em resposta ao Porto Canal.

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Câmara imputa despesas a empresa

Também na mesma resposta, o município explicou que a situação do edifício já é conhecida das autoridades.

O prédio pertence a uma empresa privada, que não tomou medidas para resolver o problema. Nos serviços de fiscalização da autarquia tramitou um processo anterior ao incêndio, e chegou a ser feita uma vistoria ao prédio. Foram impostas obras ao proprietário, mas que foi “arquivado com participação para efeito de processo de contraordenação e proposta de agravamento de IMI”.

Com a necessidade de tomar medidas de segurança urgentes, a Câmara do Porto avançou e imputou as despesas à entidade proprietária.

Para os comerciantes locais, no entanto, a situação continua insustentável. “A cidade está cheia de turistas, e como vamos mostrar o Porto com um edifício destes a estragar a paisagem?”, questionou Miguel Pereira.

“Isto está entregue à natureza. O edifício vai acabar por cair abaixo pela natureza”, lamentou o comerciante, acrescentando que “desde pequeno” se lembra da intenção de deitar abaixo aquele edificado.

A poucos meses de terminar o ano, a Câmara do Porto voltou a vedar o edifício, depois de uma fachada ter ruído, A saída do parque de estacionamento público dos Poveiros também ficou encerrada, por este motivo.

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