Ex-vice de Gaia garante que relógios que recebeu foram prenda e não suborno

Ex-vice de Gaia garante que relógios que recebeu foram prenda e não suborno
Foto: DR
| Norte
Porto Canal/ Agências

O antigo vice-presidente da Câmara Municipal de Gaia Patrocínio Azevedo garantiu esta terça-feira que os três relógios que recebeu do advogado João Lopes foram prendas de Natal e não um suborno.

“Eu já assumi que recebi três relógios em 2019, 2020 e 2021. Mas, não recebi nenhum relógio em 2022 como diz a acusação”, frisou Patrocínio Azevedo na quarta audiência de julgamento no Tribunal de Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto.

A Operação Babel, relacionada com a alegada viciação e violação de normas e instrução de processos de licenciamento urbanísticos em Gaia, tem 16 arguidos, incluindo Patrocínio Azevedo, os empresários do ramo imobiliário Paulo Malafaia e Elad Dror, fundador do grupo Fortera, acusados de dezenas de crimes económicos, como corrupção e tráfico de influências.

O Ministério Público (MP) sustenta que Elad Dror e Paulo Malafaia “combinaram entre si desenvolverem projetos imobiliários na cidade de Vila Nova de Gaia, designadamente os denominados Skyline/Centro Cultural e de Congressos, Riverside e Hotel Azul”, contando com o alegado favorecimento por parte do antigo vice de Gaia, que receberia em troca dinheiro e bens materiais como relógios.

Segundo o MP, o advogado João Lopes, igualmente arguido neste processo, fazia a ponte entre Paulo Malafaia e Elad Dror com Patrocínio Azevedo.

Questionado esta terça-feira pelo advogado de defesa de Elad Drod se tinha recebido relógios, tal como refere a acusação, o ex-autarca confirmou ter recebido três e não quatro e todos do advogado João Lopes, igualmente arguido neste processo, como prenda de Natal.

“Não consigo identificar nos dias atuais os relógios que recebi. Recebi como prenda de Natal, foi sempre na véspera de Natal que recebi os relógios, mas nunca valorizei o seu valor”, afirmou.

Patrocínio Azevedo salientou que em dezembro de 2019 recebeu o primeiro relógio e em janeiro de 2020 embargou uma obra, ressalvando que os relógios nunca manietaram o seu pensamento.

E acrescentou: “Pode parecer estranho, mas não valorizei os relógios. Dava mais valor a uma garrafa de vinho ou a alguém que me convidasse para comer um arroz de cabidela”.

Questionado pela presidente do coletivo de juízes sobre o porquê de João Lopes lhe oferecer relógios, o ex-vice-presidente da autarquia explicou que o advogado tinha algum envolvimento com o município e que era normal receber prendas pelo Natal de, por exemplo, paróquias ou dos bombeiros.

Contudo, Patrocínio Azevedo contou que acabou por devolver os relógios em meados de 2022 a João Lopes porque alguém lhe disse que aqueles eram capazes de ter algum valor e não tendo ficado confortável com isso devolveu-os.

“Não valorizava os relógios, andava com eles pontualmente, aliás não consigo identificar nem a marca, nem o valor”, frisou.

Já questionado pelo seu advogado sobre se alguma vez João Lopes lhe entregou dinheiro, Patrocínio Azevedo vincou que nunca recebeu, nem pediu a qualquer arguido envolvido neste processo nenhuma quantia monetária.

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