Marco Martins assume a Transportes Metropolitanos do Porto ainda este mês e deixa Gondomar
Porto Canal com Lusa
Na próxima segunda-feira, será assinada a escritura de constituição da empresa Transportes Metropolitanos do Porto (TMP), culminando um processo “que se arrasta há três anos”, reconheceu o presidente da AMP, Eduardo Vítor Rodrigues. A saída de Marco Martins da Câmara de Gondomar para presidir a nova empresa deixa de ser uma incógnita e vai acontecer ainda este mês.
Em entrevista ao Porto Canal no programa Cara ou Coroa, Eduardo Vítor Rodrigues afirmou que a empresa começará a funcionar em pleno no dia 1 de fevereiro, após a escritura e o registo formal esta segunda-feira: "A partir de 1 de fevereiro começa, de facto, a empresa a funcionar a tempo inteiro", disse o presidente da AMP, esclarecendo que, de acordo com os estatutos e a legislação, Marco Martins terá que deixar a presidência da Câmara de Gondomar para se dedicar inteiramente à TMP no primeiro dia de fevereiro.
A constituição da TMP surge num momento importante para a área metropolitana, sublinhou Eduardo Vítor Rodrigues, uma vez que nos últimos tempos tem enfrentado vários desafios no setor dos transportes, nomeadamente com a Unir.
O também presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia afirmou que a nova empresa trará maior capacidade de fiscalização e gestão da operação do sistema de transportes, algo que, segundo ele, estava em falta desde o início da operação da Unir.
Em declarações à Agência Lusa, Marco Martins revelou que vai suspender a presidência da Câmara de Gondomar a 31 de janeiro. “A 1 de fevereiro assumirei integralmente a presidência da empresa TMP. A pressão é muito grande e a pedido de muitos autarcas suspenderei a 31 de janeiro a presidência da Câmara de Gondomar”, afirmou o autarca socialista.
Também em declarações ao Porto Canal, Marco Martins comentou a transição para a empresa e a saída do Município de Gondomar, informando que o tópico será discutido com Eduardo Vítor Rodrigues no decorrer deste fim de semana. "É um assunto que eu com certeza vou resolver no fim de semana com o presidente da AMP", disse o autarca, que também ressaltou o esforço de conciliar as suas atuais funções com a preparação para o novo cargo.
Marco Martins foi eleito por unanimidade presidente da TMP, obtendo os votos dos 12 autarcas presentes na reunião do Conselho Metropolitano.Carla Vale e Luís Osório serão os vogais da TMP, que deverá contar com cerca de 60 trabalhadores.
Em comunicado, a AMP referiu que a TMP “surge com o objetivo de reforçar a eficiência, integração e sustentabilidade dos transportes coletivos na região, promovendo uma mobilidade mais acessível e alinhada com as metas ambientais e de desenvolvimento económico” da área metropolitana.
A constituição da TMP vai ainda implicar a criação de dois órgãos consultivos: o Conselho de Mobilidade Metropolitana e o Conselho Consultivo das Tecnologias para a Mobilidade.
O capital social da empresa será de dois milhões de euros, integralmente subscrito pela AMP, mas cujo valor amealhado foi repartido pelos 17 municípios da AMP.
Futuro de Gondomar
O autarca confirmou à Lusa que o vice-presidente Luís Filipe Araújo será o futuro presidente da autarquia do distrito do Porto e que este assumirá os pelouros até 31 de janeiro da responsabilidade de Marco Martins.
Para o autarca, “não faz sentido, a sete meses das eleições, redistribuir os pelouros”, revelando ainda estar “por definir quem será o novo vereador” do PS na Câmara de Gondomar.
“Nas últimas semanas têm sido tornadas públicas situações muito exigentes e trabalhosas que me obrigam a tomar esta decisão”, justificou o presidente da TMP que, ainda assim, manifestou a intenção de “continuar a seguir com atenção o que se passa em Gondomar”.