Viver perto de aeroportos pode trazer maior risco de problemas cardíacos, aponta estudo

Viver perto de aeroportos pode trazer maior risco de problemas cardíacos, aponta estudo
Foto: Pedro Benjamim | Porto Canal
| País
Porto Canal / Agências

As pessoas que vivem perto de aeroportos e estão expostas a níveis elevados de ruído das aeronaves podem ter um maior risco de sofrer problemas cardíacos e são mais propensas a sofrer ataques cardíacos, arritmias potencialmente fatais e AVC.

Esta é a principal conclusão de um estudo observacional, publicado no Journal of the American College of Cardiology e liderado por investigadores da University College London (UCL), no Reino Unido, após analisar dados de imagens cardíacas de 3.635 pessoas que vivem perto de quatro grandes aeroportos de Inglaterra.

A equipa comparou os corações daqueles que viviam em áreas com maior ruído de aeronaves com aqueles que viviam em áreas com menor ruído e descobriu que aqueles que foram expostos a níveis mais elevados do que os recomendados de ruído de aeronaves tinham músculos cardíacos mais rígidos, que contraíam-se e expandiam-se menos facilmente e eram menos eficazes a bombear o sangue pelo corpo, noticiou na quarta-feira a agência Efe.

Estes dados correspondiam em particular em pessoas expostas a mais ruído de aeronaves à noite, o que pode dever-se a fatores como distúrbios do sono e ao facto de as pessoas terem maior probabilidade de ficar em casa à noite e, portanto, expostas ao ruído.

Além disso, os investigadores descobriram que estes tipos de defeitos cardíacos podem duplicar ou quadruplicar o risco de ter um evento cardíaco grave, como ataque cardíaco, arritmias cardíacas fatais ou acidente vascular cerebral (AVC), em comparação com o risco de pessoas sem qualquer uma destas anomalias cardíacas.

"O nosso estudo é observacional, pelo que não podemos dizer com certeza que os elevados níveis de ruído das aeronaves causaram estas diferenças na estrutura e função do coração, mas os nossos resultados vêm juntar-se a um crescente corpo de evidências de que o ruído das aeronaves pode afetar negativamente a saúde cardíaca e a nossa saúde geral", explicou Gaby Captur, principal autora do estudo e cardiologista consultora no Royal Free Hospital, em Londres.

O ruído ambiental, para além de afetar a qualidade do sono, pode desencadear respostas de stress e provocar hiperatividade do sistema nervoso simpático, aumento da pressão arterial, constrição ou dilatação das artérias e digestão mais lenta.

Também pode desencadear a libertação de cortisol, a hormona do 'stress', o que pode aumentar o apetite e levar ao aumento de peso.

Além disso, sabe-se que a exposição a níveis elevados de ruído das aeronaves está associada ao aumento da pressão arterial e à obesidade.

No novo estudo, ambos os fatores explicam uma parte significativa da relação entre o ruído da aeronave e as diferenças na estrutura e função do coração.

Para o estudo, a equipa analisou os dados do UK Biobank, uma enorme base de dados genética que é utilizada como um recurso de acesso aberto para fins científicos, de 3.635 participantes que foram submetidos a exames detalhados de ressonância magnética cardíaca (RM) e que viviam perto dos aeroportos de Heathrow, Gatwick, Birmingham ou Manchester.

Entre os participantes do UK Biobank destas áreas, 8% viviam numa área com muito ruído de aeronaves durante o dia, e 3% numa área com muito ruído à noite.

+ notícias: País

PSP controlou 20,2 milhões de passageiros nos aeroportos portugueses em 2024

A PSP controlou cerca de 20,2 milhões de passageiros nos aeroportos portugueses no ano passado, mais 4,8% do que em 2023, indicou esta quinta-feira aquela polícia, avançado que foram detidas 257 pessoas em 2024.

FC Porto vai ter jogo difícil frente a Belenenses moralizado afirma Paulo Fonseca

O treinador do FC Porto, Paulo Fonseca, disse hoje que espera um jogo difícil em casa do Belenenses, para a 9.ª jornada da Liga de futebol, dado que clube "vem de uma série de resultados positivos".

Proteção Civil desconhece outras vítimas fora da lista das 64 de acordo com os critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro

A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) disse hoje desconhecer a existência de qualquer vítima, além das 64 confirmadas pelas autoridades, que encaixe nos critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro.