Hospital de Penafiel criou 28 camas no antigo arquivo para responder à gripe

Hospital de Penafiel criou 28 camas no antigo arquivo para responder à gripe
| Norte
Porto Canal / Agências

O Hospital de Penafiel, atualmente com uma ocupação de 210%, transformou o antigo arquivo clínico numa área de internamento para 28 doentes, medida considerada de contingência para responder ao surto de gripe.

Segundo os responsáveis da principal unidade hospitalar do Tâmega e Sousa, acontece por estes dias, com surto de gripe, “um aumento muito significativo do número de casos que afetam sobretudo uma população idosa”.

“A verdade é que temos doentes muito mais graves na urgência. Estamos a passar de uma média de 50 para 90 doentes laranja. Estamos a passar de uma taxa de internamento média de 8% para 13,7%”, avançou aos jornalistas Nelson Pereira, diretor clínico da Unidade Local de Saúde do Tâmega e Sousa.

Falando no novo espaço, que foi mostrado à comunicação social, anotou que nestas semanas de pico da gripe muitos doentes têm precisado de internamento, de oxigénio.

“Isso significa uma enorme pressão sobre as equipas”, admitiu.

Atualmente, a área de internamento agora criada conta com 18 doentes, mas o hospital acredita que outros sejam para lá encaminhados ao longo da semana, até esgotar a sua capacidade (28 camas).

O médico precisou que no conjunto dos dois hospitais da ULS (Penafiel e Amarante) estão internados, neste momento, 274 doentes, a maior parte com queixas respiratórias, ao cuidado da medicina interna. Outros 75, também com doenças agudas, a maioria respiratórias, estão internados em hospitais privados ou do setor social, ao abrigo do plano de contingência.

Face à situação difícil, acrescentou o clínico, houve necessidade de pedir auxílio a outras especialidades”, que estão a assumir o tratamento de doentes da medicina interna, nomeadamente infecciologia e pneumologia.

“Esta pressão excecional precisa, de facto, de medidas excecionais, que esperamos conseguir controlar no período de, no máximo, duas semanas, para começarmos a respirar novamente relativamente à atividade normal dos serviços”, explicou.

Apesar das dificuldades no internamento, Nelson Pereira referiu que o serviço de urgência médico-cirúrgica está a funcionar normalmente, “com equipas na sua plenitude e com tempos de resposta adequados para os ‘standards’ previstos”.

“Temos uma afluência à urgência maior do que a média anual, mas que, apesar de tudo, não tem um número muito grande em comparação com períodos anteriores, sobretudo porque temos o projeto Ligue antes, salve vidas, que nos está a tirar os doentes menos graves”, acentuou.

Carla Freitas, diretora do serviço de urgência, reforçou que tem havido capacidade de resposta às situações e que o problema está no escoamento para o internamento dos doentes a partir do serviço de urgência.

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