Sindicato diz que Metro do Porto está a operar a 20% em dia de greve
Porto Canal / Agências
O dirigente do Sindicato dos Maquinistas Hélder Silva disse que a operação do Metro do Porto está esta terça-feira, dia de greve, a 20% do habitual, referindo a transportadora que o plano anunciado na segunda-feira está a ser cumprido.
"A adesão do pessoal do sindicato [dos Maquinistas, SMAQ] é de 100%, e de alguns não sindicalizados que aderiram à greve, a empresa está a fazer cerca de 20% daquilo que estava estipulado para as datas desta terça-feira e de quarta-feira, está a fazer só [circulação no] tronco comum entre Senhora da Hora e Estádio do Dragão, e Hospital São João e Santo Ovídio", disse à Lusa Hélder Silva.
Contactada pela Lusa, fonte oficial da Metro do Porto não divulgou números, mas referiu apenas que o plano anunciado na segunda-feira, precisamente a circulação no tronco comum e na linha amarela (D) entre Hospital São João e Santo Ovídio, estava a ser cumprido.
De fora fica a operação especial que estava prevista para o fim do ano e que envolveria a circulação durante toda a noite, que foi cancelada.
Esta terça-feira a circulação do metro encerrará pelas 20h00 e retomará na quarta-feira pelas 06h00, apenas no tronco comum (Senhora da Hora - Estádio do Dragão) e na linha amarela (D), entre Hospital São João e Santo Ovídio.
O Sindicato dos Maquinistas anunciou na sexta-feira uma "greve total" na operação da Metro do Porto nos dias 31 de dezembro e 01 de janeiro, exigindo o pagamento do prémio anual, ainda não efetuado, ao operador ViaPorto, do grupo Barraqueiro.
Sobre o apelo do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, para que o SMAQ convocasse a greve para outro dia, Hélder Silva disse que o autarca estava "a fazer o papel dele".
"Está preocupado, mas aquilo que está a pedir é uma coisa que até nem tem nexo, ao sugerir que a gente levante a greve numa festividade e que meta a greve num dia em que as pessoas precisam do metro para trabalhar", adiantou.
Na segunda-feira, Rui Moreira disse à Lusa que iria haver "um problema grande" na passagem de ano no Porto.
"Há pessoas que vão deixar de vir às festividades na cidade e temos pena que assim seja porque preparamos isto tudo e fizemos um grande investimento, mas estou muito preocupado é com as pessoas que vão trabalhar nessa noite e que, depois, não vão ter como regressar a casa”, disse o independente Rui Moreira em declarações à Lusa.
Confrontado com Rui Moreira ter expressado preocupação acerca de quem trabalha na noite de ano novo, o sindicalista reconheceu que "em qualquer período de greve há sempre pessoas que são afetadas, incluindo trabalhadores".
O dirigente do SMAQ ressalvou que o metro começa a operar às 06h00 de quarta-feira dia um de janeiro no tronco comum e na linha amarela, e além disso "os STCP também reforçaram a circulação".
O dirigente do SMAQ disse ainda que além de uma reunião para tentar marcar serviços mínimos, não houve "tentativa nenhuma de conciliação" da parte da ViaPorto, empresa do grupo Barraqueiro que opera o Metro do Porto, e de quem os maquinistas reclamam o pagamento do prémio anual de desempenho.
A Câmara do Porto espera que mais de 100 mil pessoas compareçam no regresso da Avenida dos Aliados como 'epicentro' da festa de passagem de ano.
O serviço de autocarros será reforçado entre as 21h00 e as 05h50 na noite da passagem de ano, “para garantir um transporte eficiente e cómodo para os milhares de visitantes esperados” na baixa do Porto, adiantou a STCP.
Entre as 21h00 de terça-feira e as 00h30 de quarta-feira, 12 das 37 linhas de serviço noturno terão um reforço com uma média de viagens a cada 20 minutos e a alocação de veículos de maior capacidade, refere a STCP, especificando que em causa estão as linhas 200, 201, 501, 600, 602, 700, 701, 702, 800, 903, 904 e 905.
Já entre as 00h30 e as 02h30 de quarta-feira, estas 12 linhas terão ainda o serviço prolongado, a par com a entrada em circulação das 12 linhas da Rede da Madrugada, com nove delas também reforçadas com turnos adicionais.