Infraestruturas de Portugal encomenda estudo para poder construir linha de alta velocidade em bitola ibérica

Infraestruturas de Portugal encomenda estudo para poder construir linha de alta velocidade em bitola ibérica
| Norte
Porto Canal / Agências

A Infraestruturas de Portugal (IP) encomendou um estudo para poder pedir junto da Comissão Europeia a construção da linha de alta velocidade Porto - Lisboa em bitola ibérica, cumprindo assim com os regulamentos europeus.

Em causa está uma análise custo-benefício e um estudo de interoperabilidade que a IP está obrigada a enviar a Bruxelas no caso de querer construir a linha de alta velocidade Porto - Lisboa em bitola ibérica, como está previsto.

Nos documentos do procedimento, consultados pela Lusa, a IP recorda que os Estados-membros da União Europeia podem construir novas linhas da rede europeia principal e principal alargada sem ser em bitola europeia, tendo de "pedir uma exceção temporária a este requisito suportada no resultado de uma análise custo-benefício socioeconómica quanto à viabilidade da possível migração para a bitola nominal da norma europeia de 1435 mm [...], incluindo na mesma uma avaliação do impacto na interoperabilidade".

"A IP deseja recorrer a esta possibilidade no que respeita à linha AV Lisboa – Porto", pode ler-se nos documentos do procedimento, que vertem uma opção estratégica defendida pelo anterior e pelo atual Governo.

A responsável pela ferrovia nacional recorda que "a nova linha foi projetada em bitola ibérica (1668 mm) contemplando deste modo a ligação ao sistema ferroviário convencional em vários pontos".

Desta forma, "os comboios de alta velocidade que circularão na nova linha poderão, assim, aceder, através do sistema convencional, às estações existentes localizadas no centro de Aveiro, Coimbra e Leiria, bem como servir vários destinos da rede convencional, alargando os benefícios do projeto a territórios muito para além do corredor de alta velocidade".

Porém, a estação que receberá a alta velocidade em Coimbra será a atual estação de Coimbra B (a estação central irá encerrar por causa do Metro Mondego), e em Leiria a atual estação será relocalizada para a Barosa, fora do centro da cidade.

De acordo com o regulamento europeu, também consultado pela Lusa, a avaliação tem de estar feita até 16 de julho de 2026.

O estudo foi encomendado à consultora TIS por 89 mil euros.

A primeira fase (Porto-Soure) da linha de alta velocidade em Portugal deverá estar pronta em 2030, estando previsto que a segunda fase (Soure-Carregado) se complete em 2032, com ligação a Lisboa assegurada via Linha do Norte.

Haverá estações preparadas para receber a alta velocidade em Campanhã (Porto), Santo Ovídio (Gaia), Aveiro, Coimbra, Leiria e Lisboa.

Está também planeada a ligação do Porto a Vigo, na Galiza (Espanha), prevista para 2032, e que terá estações no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, Braga, Ponte de Lima e Valença (distrito de Viana do Castelo).

No total, segundo o anterior governo, os custos do investimento no eixo Lisboa-Valença rondam os sete a oito mil milhões de euros.

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