Associação Campo Aberto considera projeto para o Aleixo no Porto “desmesurado e desconexo”

Associação Campo Aberto considera projeto para o Aleixo no Porto “desmesurado e desconexo”
| Porto
Porto Canal / Agências

A associação ambientalista Campo Aberto considerou esta terça-feira o projeto apresentado para a Unidade de Execução do Aleixo, no Porto, “desmesurado, frio e desconexo”, apelando ao presidente da câmara que tenha "bom senso e coragem” para o parar.

“O resultado é um conjunto urbanístico desmesurado, frio e desconexo de edifícios não comunicantes”, lê-se na carta aberta enviada ao presidente da câmara, Rui Moreira, e membros da Assembleia Municipal do Porto.

Na missiva, a que a Lusa teve acesso, criticam o processo de discussão pública da Unidade de Execução do Aleixo, no qual participaram e para onde está prevista a construção de edifícios em altura e de um parque verde.

“Para que serve uma discussão pública se nenhum dos contributos dirigidos à substância da proposta foi acolhido?”, assinala.

Já quanto ao projeto a desenvolver no Aleixo, os membros da Campo Aberto criticam a opção tomada pelo município de construir cinco edifícios, com uma área de edificação "muito superior às antigas cinco torres do Aleixo" e a "uma cota mais alta".

“Implantadas a uma cota mais alta do que a das antigas torres do Aleixo, as novas edificações terão um impacto arquitetónico, visual e paisagístico ainda maior”, referem.

Motivo pelo qual os membros da Campo Aberto entendem que ainda é possível “reverter uma escolha falhada e contrária à vontade dos cidadãos”.

Por isso, pedem a Rui Moreira e aos membros da Assembleia Municipal “inteligência, sensibilidade, bom senso e coragem para parar, refletir e mudar de rumo”.

“E exige, acima de tudo, a humildade e a grandeza de ouvirem os portuenses na expressão da sua vontade de uma cidade mais equilibrada, mais humana e mais habitável e de lhes responderem em conformidade”, concluiu a Campo Aberto.

A Lusa contactou a Câmara do Porto, mas não obteve resposta até ao momento.

A Unidade Operativa de Planeamento e Gestão (UOPG) do Aleixo corresponde ao território delimitado pela Rua do Ouro, Rua do Aleixo, Rua da Arrábida, Rua da Mocidade da Arrábida e traseiras dos prédios que facejam com as ruas das Condominhas e da Arrábida.

O Plano Diretor Municipal (PDM), aprovado em 2021, determinou que a zona do Aleixo é uma UOPG, o que significa que tem de haver concertação entre os proprietários daqueles terrenos, que neste caso são três, um dos quais o município.

O bairro do Aleixo era constituído por cinco torres. A torre 5 foi demolida em 2011 e, em 2013, no último mandato de Rui Rio como presidente da Câmara do Porto, foi demolida a torre 4.

O processo de desmontagem das três torres restantes arrancou em junho de 2019, tendo ficado concluído ainda antes do cronograma definido, que apontava o fim dos trabalhos para o mês de dezembro.

+ notícias: Porto

Câmara do Porto avança com classificação da fachada da casa de Almeida Garrett

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, afirmou esta segunda-feira que o município não vê “nenhum fundamento” para avançar com a expropriação da casa onde nasceu Almeida Garrett, mas que está um curso um processo de classificação da fachada.

Quinta do Mitra no Porto terá de ser demolida devido à linha de alta velocidade

A Quinta do Mitra, situada em Campanhã e reabilitada há mais de um ano fruto de um investimento de 1,2 milhões de euros, vai ter de ser demolida devido à alta velocidade, avançou a Câmara do Porto.

Aprovado Plano de Ação de Ruído do Porto que conta com 1,7 milhões de euros até 2029

A Assembleia Municipal do Porto aprovou, por maioria e com criticas do BE e da CDU, o Plano de Ação de Ruído, que pretende investir 1,7 milhões de euros em medidas para minimizar a sobre-exposição da população até 2029.