Shopping Cidade do Porto abriu portas há 30 anos
Porto Canal com Lusa
O Shopping Cidade do Porto completa, este sábado, 30 anos de existência. O centro comercial, situado no coração da Boavista, nasceu sem licença legal de construção nos anos 90, situação que se desenrolou num processo judicial que só conheceu o fim em 2015. Findada a polémica, a infraestrutura apostou na modernização, componente que abraça o trigésimo aniversário.
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Inaugurado em 1994, junto da rotunda da Boavista e da Casa da Música, o Shopping Cidade do Porto está integrado num complexo imobiliário constituído por escritórios, hotel e parque de estacionamento coberto com 560 lugares. Tem cerca de 15 mil metros quadrados distribuídos por quatro pisos, integrando um total de 90 lojas.
Mas, as obras do Centro Comercial que arrancaram em outubro de 1992 estiveram envolta em polémica. A empreitada, a cargo da construtora Soares da Costa, aconteceu sem uma licença legal atribuída pela Câmara do Porto. Essa, só foi emitida quatro anos depois do início da construção do edifício, em 1994. A história do shopping portuense não parou de ser escrita no final do século XX. A viragem para uma nova era trouxe novos contornos judiciais.
Em 2002, o Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto anulou o licenciamento do edifício e em 2007 atribuiu um prazo de três anos e meio, que cessava em maio de 2011, para que se procedesse ao encerramento, despejo e demolição da estrutura, a não ser que a autarquia a legalizasse. A situação manteve-se em “águas de bacalhau” até 2015, altura em que o atual autarca do Porto, Rui Moreira, licenciou o espaço.
Nova gestão
Em 2023, a propriedade do Shopping Cidade do Porto mudou de mãos, com o Grupo Domingos Névoa a adquirir ao Grupo Teixeira Duarte 100% da empresa proprietária e gestora do centro comercial. A operação foi orçada em 28 milhões de euros.
Domingos Névoa nasceu numa aldeia de Terras de Bouro, na região do Cávado. Depois do 25 de abril, abriu atividade no ramo da construção civil e começou a crescer no Minho. Em 1981 criou a empresa Rodrigues & Névoa com o sócio Manuel Rodrigues e Sá Serino, que se tornou num dos nomes mais conhecidos do mundo empresarial do Norte do país.
Investimento na modernização
Em junho, o centro portuense iniciou um projeto de modernização e substituição das infraestruturas, no âmbito da comemoração do trigésimo aniversário, fruto de um investimento de cerca de um milhão de euros.
Segundo Mónica Rodrigues, Diretora Retail do Grupo Névoa, a recém administração “quer que as pessoas continuem a vir ao shopping e façam os seus negócios, assim as vendas surgem” e o centro comercial torna-se “só por si só um bom ponto”.
A empreitada de reabilitação abrange a substituição de nove escadas rolantes, modernização de sete elevadores, mas também a alteração de outros dois que percorrem os oito pisos. Está ainda prevista a abertura de novas lojas e a praça de alimentação que “irá complementar a oferta de restauração” na Boavista.
De acordo com a responsável, os “investimentos invisíveis” vão voltar a colocar “o Shopping Cidade do Porto no mapa” e “promover o bem-estar” dos visitantes e dos lojistas.As salas de jogos, o elevador panorâmico e sobretudo a pista de gelo eram os principais atrativos do espaço naquela época. Sobre o possível regresso deste último serviço, Mónica Rodrigues explica que a infraestrutura “foi um marco muito importante na história” do centro de compras, contudo para as suas necessidades atuais “não faz sentido” voltar a apostar nela, uma vez que se tornaria num encargo muito dispendioso para os operadores.
No mesmo seguimento, Marta Félix, Diretora do Shopping Cidade do Porto, salienta que o centro comercial marcou uma geração que ainda hoje acarinha o espaço com as suas visitas frequentes.