Porto pressiona Governo por reforço da PSP e quer descentralizar formação

Porto pressiona Governo por reforço da PSP e quer descentralizar formação
| Porto
Porto Canal/ Agências

A Assembleia Municipal do Porto aprovou por unanimidade uma proposta do PSD que insta o Governo a “tomar medidas de caráter urgente” e assegurar mais efetivos e recursos para a PSP, bem como a descentralizar a formação policial.

 
 
 
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Na sessão, solicitada pelo Chega para discutir a criminalidade e insegurança, a moção do PSD foi a única, entre as 11 apresentadas na noite de segunda-feira, que reuniu unanimidade.

O tráfico de droga, a falta de recursos e efetivos da policia, e a imigração foram alguns dos fatores abordados.

Pelo PSD, Rodrigo Passos defendeu a necessidade de “não se ceder ao populismo, nem à demagogia”, considerando que misturar segurança e imigração “desvia o foco dos problemas reais da cidade”.

“Não se resolve insegurança com divisões nem ódio, mas com trabalho sério”, assinalou.

Além de instar o Governo a reforçar os efetivos e recursos da PSP, a moção do PSD apela ao reforço da presença policial nas zonas mais problemáticas e turísticas.

A nível nacional, o PSD do Porto insta o Governo, entre outras matérias, a avançar com uma reforma e a descentralizar o modelo de formação dos polícias.

A par da moção do PSD, foram aprovadas, por maioria, três propostas do PS, BE e CDU, que repudiam a tentativa de associar os fenómenos de criminalidade à imigração.

Pelo PS, Agostinho Sousa Pinto defendeu que a segurança “não deve ser usada como ferramenta de manipulação política”, nem em função de agendas políticas.

Também a deputada Susana Constante Pereira, do BE, alertou para a necessidade de mudar o que está mal e “não amplificar as perceções baseadas no preconceito”.

Defendendo que o discurso de ódio “procura que os portugueses tenham medo uns dos outros”, o deputado Rui Sá, da CDU, disse ser preciso melhorar as condições das forças de segurança para combater a criminalidade.

À semelhança do PS, BE e CDU, também o deputado único do PAN, Paulo Vieira de Castro, destacou a importância de não se confundir "o aumento da criminalidade com o aumento da imigração".

Apesar de ter convocado a sessão, o Chega viu as suas seis propostas rejeitadas e criticadas, sobretudo uma que insta ao reforço da segurança e a "alguma forma de colaboração e intervenção das forças militares, nomeadamente do exército", medida considerada institucional pelas restantes forças políticas.

Para o Chega, é necessário o reforço policial junto às escolas, onde “a insegurança e criminalidade têm aumentado” e maior atuação da autarquia para resolver os problemas da imigração.

“O Porto não tem culpa nenhuma de aumentar demasiado o contingente de imigrantes ilegais porque faz parte das políticas nacionais, não é o Porto que protege as fronteiras, pode ter alguma competência no aeroporto ou praias, mas são políticas nacionais. Há obrigação da autarquia se mobilizar”, referiu o deputado único Jerónimo Fernandes.

Defendendo que o problema do Porto “não é mais um ou menos um ilegal”, mas o tráfico de droga, Raul Almeida, do movimento independente criticou o líder do Chega por, na manifestação em que participou no sábado na cidade, não ter abordado o assunto.

“De que tem medo o doutor André Ventura para não falar da maior chaga social?”, questionou, defendendo que a “imigração é onde não está o problema”.

"Tráfico de droga, consumo e crime relacionado nem uma palavra, violência doméstica nem uma palavra, violência urbana e gangues nem uma palavra, violência sobre idosos nem uma palavra. Burlas e burlas nem uma palavra. São os desgraçados dos motoristas do TVDE. Lamento, mas para esse peditório não damos", acrescentou.

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