Rede Anti-Pobreza junta-se a academias para estudar dados regionais do problema
Porto Canal / Agências
A Rede Europeia Anti-Pobreza Portugal está celebrar protocolos com instituições de ensino superior para poder aprofundar o estudo dos dados sobre a pobreza em cada região do país.
“Nenhuma instituição consegue sozinha resolve o problema da pobreza. Nem o Estado, nem ninguém. (…) E é necessário que também entrem as academias, que têm a função de trabalhar este assunto com os alunos, para os sensibilizar e ajudar a compreender, através de estudos, diagnósticos e mestrados, e toda a reflexão conjunta para que a luta contra a pobreza deixe de ser o parecer, o ‘olhómetro’, para partir de dados reais e objetivos para uma resposta eficaz (…)”, explicou o presidente da direção da Rede Europeia Anti-Pobreza Portugal.
Agostinho Jardim Moreira falou durante a assinatura de um destes protocolos, com o Instituto Politécnico de Bragança (IPB), esta quarta-feira, onde disse que cada região tem realidades específicas que é preciso conhecer, para poder criar respostas ajustadas à medida necessária.
O objetivo é ter a cooperação de instituições de ensino superior por todo o país e, segundo revelou Agostinho Jardim Moreira, até ao momento todas as universidade e institutos politécnicos contactados responderam positivamente.
No IPB, o trabalho caberá ao Centro de Investigação Transdisciplinar em Educação e Desenvolvimento, da Escola Superior de Educação, que tem nos seus objetivos estudar as questões socais e, em particular, a situação de pobreza, segundo detalhou Orlando Rodrigues, presidente do IPB.
“Este desafio foi integrado nesse centro, que associará uma linha de investigação sobre este tema e às estratégias que temos de desenvolver para o mitigar”, avançou Orlando Rodrigues.
Os estudos vão ter como base as estatísticas já existentes relativas à sociedade para partir para uma pesquisa mais profunda, que permita conhecer as causas e encontrar novas soluções para combater o problema.
Não há números regionais de quantas pessoas vivem em situação ou risco de pobreza, apenas “os dados transversais” do Instituto Nacional de Estatística e de outras instituições, lembrou Orlando Rodrigues.
“O que nós esperamos fazer no nosso distrito é um trabalho exemplar, de ir mais fundo nestas questões sociais”, afirmou o presidente da academia transmontana.
Segundo Agostinho Jardim Moreira, os últimos números nacionais dão conta de mais de dois milhões de pessoas a viver em situação de risco de pobreza, dados que frisou serem muito elevados.
A iniciativa ainda não tem, para já, um prazo definido para apresentação de resultados.