Lisboa, 29 ago (Lusa) -- O músico português Paulo Furtado, The Legendary Tigerman, atua na próxima semana na Berlin Music Week, na Alemanha, apoiado pelo Gabinete de Exportação da Música Francesa, contou o próprio à agência Lusa.

O músico é o único português a fazer parte da iniciativa, que decorre de quarta-feira a domingo, e onde irão atuar bandas e artistas como os britânicos Bombay Bicycle Club, Editors e Jessie Ware, os norte-americanos Warpaint e Mykki Blanco, o alemão Sven Vath e o francês Woodkid.

The Legendary Tigerman atua no concerto de abertura, quarta-feira, e na iniciativa "First We Take Berlin", na quinta-feira, da responsabilidade do Gabinete de Exportação da Música Francesa.

Paulo Furtado explicou à Lusa que é apoiado por este gabinete daquele país, "por ter um 'publisher' [editora discográfica] francês".

Para o músico é "irónico" fazer parte da política de exportação de cultura de França, e não haver um gabinete do género em Portugal. "É preocupante", referiu.

Em fevereiro de 2011, foi criado o Gabinete de Exportação da Música Portuguesa. O documento foi assinado no dia 15 de fevereiro pela então ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas (governo PS), pela Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) e pela cooperativa GDA.

Passado um ano, o Gabinete deixou de existir por o "protocolado ser ilegal à luz do parecer da auditora jurídica emitido um dia antes da sua assinatura", disse na altura fonte oficial, da Secretaria de Estado da Cultura (governo PSD-CDS).

A mesma fonte sublinhou então não estarem em causa "os apoios" que viessem "a existir à exportação da música portuguesa por parte da tutela, mas não sendo possível tomar como estabelecido um Protocolo sem base legal, este deixa de existir".

Segundo o parecer, "tanto o Ministério da Cultura [MC] como o GEPEARI [Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do MC] não poderiam ser membros (fundadores ou não fundadores) de uma associação privada, por não serem pessoas coletivas dotadas de personalidade jurídica".

Em outubro de 2011, a Secretaria de Estado da Cultura (governo PSD-CDS) dissera já à agência Lusa que estava "a avaliar a criação" do Gabinete de Exportação da Música Portuguesa, por causa do protocolo "incorreto, do ponto de vista legal e substantivo", adiantando então que este documento estava "a ser revisto".

Em março de 2011, Portugal não concedeu qualquer apoio oficial aos músicos portugueses convidados a participar na Canadian Music Week, no Canadá, o que reduziu o número de bandas participantes.

A presença nacional neste festival não foi além de duas dezenas de pessoas, repartidas pelas sete bandas e agentes e promotores. As despesas foram integralmente por sua conta.

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