André Villas-Boas: “Tivemos de agir com a ajuda dos sócios e adeptos”
Porto Canal
Apresentadas as contas da SAD relativas ao exercício 2023/24, André Villas-Boas falou de “uma situação urgente de tesouraria” e que, “enquanto associado”, levou-o a contribuir financeiramente “de coração aberto e voltaria fazê-lo”. O presidente explicou que o investimento na construção de “uma equipa competitiva” com “jovens” foi um dos pilares nos primeiros meses de Direção pois “é uma atividade que vai gerar receita para o FC Porto”. Ainda sobre o plantel, não há qualquer perspetiva de “que sejam ativadas as cláusulas dos jogadores em janeiro”, pelo que os homens às ordens de Vítor Bruno neste momento deverão ser os que vão “atacar o campeonato nacional até junho”.
Agradado com “o movimento associativo que se registou no período pós-eleitoral” - “houve um renascer da forma como os sócios se movimentam e um crescimento de associados sem que tivéssemos de operar uma campanha para angariação de sócios” - o dirigente máximo pretende ultrapassar o número de sócios do Sporting e revelou existir “um número extensivo” de associados a “pedir novas renumerações” antes de agradecer “a ajuda dos sócios e adeptos, que subscreveram o papel comercial que permite continuar a atividade corrente da sociedade”.
O empréstimo
“A recuperação de credibilidade e de liquidez ficou bem representada, assim como o crescimento, o posicionamento de marca e a relação com os associados e as fontes de receita que queremos gerar. O meu empréstimo foi resposta a uma situação urgente de tesouraria. Disponibilizei-me enquanto associado para fazer face a essa crise de tesouraria que enfrentámos em determinado momento. Fi-lo de coração aberto como portista que sou e voltaria a fazê-lo.”
O investimento no plantel principal
“Toda a atividade do FC Porto assenta em três eixos: os direitos televisivos, a qualificação para a Liga dos Campeões e as operações e resultados relacionados com as transferências de jogadores, sempre foi assim e será. Decidimos construir uma equipa competitiva a partir do investimento em jogadores jovens, baixando a média de idades porque esta é uma atividade que vai gerar receita para o FC Porto. Todo o investimento que fizemos direção desportiva foi realizado porque esperamos ter sempre resultados relacionados com atividade da equipa de futebol profissional e com os jogadores da formação. Será sempre a atividade que gerará mais sustentabilidade económica ao FC Porto e, por isso, investimos na equipa principal. Há aqui uma parte relacionada com contenção de custos, que queremos gradualmente tornar mais eficaz para que se reduzam os custos associados com a equipa de futebol profissional.”
Uma nova forma de os sócios viverem o FC Porto
“Temos registado com agrado o movimento associativo que se registou no período pós-eleitoral. Houve um renascer da forma como os sócios se movimentam e um crescimento de associados sem que tivéssemos de operar uma campanha para angariação de sócios. Queremos ser a curto prazo o segundo clube com mais associados em Portugal, queremos encurtar distâncias para o Sporting e trazer mais gente para a família portista. Haverá associados que não se identificavam com a forma como o FC Porto estava a ser gerido e agora regressaram. Temos também um número extensivo de sócios a pedir novas renumerações para voltar a ter um cartão.”
Sem perspetivas de vendas em janeiro
“Não temos perspetivado que sejam ativadas as cláusulas dos jogadores em janeiro. Fizemos este investimento para sermos campeões nacionais e nos apurarmos para a Champions. E se houver um ataque, vamos remeter para a cláusula, que em termos práticos nunca é acionada sem acordo direto entre clubes por causa dos prazos de pagamento. Esta foi a equipa que construímos para atacar o campeonato nacional e assim se manterá até junho.”
A missão para o futuro próximo
“Os resultados foram amplamente debatidos na campanha eleitoral. Estávamos à espera do que poderia acontecer, temos um período muito curto de atividade em que nos dedicámos a resolver problemas de tesouraria do clube, que foi o que criou mais impacto na nossa missão diária. Tivemos de agir com a ajuda dos sócios e adeptos, que nos ajudaram e subscreveram este papel comercial que nos permite continuar a atividade corrente da sociedade. Ninguém gosta de receber a notícia de que não tínhamos nenhuma liquidez para corresponder às necessidades da sociedade. O nosso objetivo é continuar a liquidar dívidas com clubes, agentes, fornecedores. Temos, até 31 de dezembro, um conjunto de responsabilidades a assumir com clubes decorrentes de compras da antiga administração e deste mercado. Será a regularização destas dividas, porque no caso da aplicação do dinheiro retido para a melhoria de infraestruturas do Estádio do Dragão, temos os 15 milhões para executar este plano até junho de 2025.”