Associação de autocarros turísticos acusa Câmara do Porto de autocracia

Associação de autocarros turísticos acusa Câmara do Porto de autocracia
| Porto
Porto Canal/Agências

A Associação Rodoviária de Transportadores Pesados de Passageiros (ARP) considera que o cancelamento pela Câmara do Porto da reunião agendada para a tarde “demonstra a forma autocrática como gere a relação com as empresas, associações e a cidade”.

O executivo liderado pelo independente Rui Moreira cancelou esta segunda-feira de manhã a reunião marcada para a tarde com a ARP, alegando falta de condições "para um diálogo sensato".

"A autarquia considera que não estão reunidas as condições para um diálogo sensato, face às declarações proferidas recentemente pela ARP que, além de sectárias, insistem em canalizar para o centro da cidade mais de 400 autocarros por dia", pode ler-se num comunicado enviado às redações pela câmara.

A reunião visava debater a limitação de veículos turísticos no centro da cidade, implementada desde 01 de outubro, e que estava marcada desde a semana passada.

Em comunicado a ARP considera que “eticamente não se cancela uma reunião do conhecimento público e mediatizada a poucas horas de acontecer e, muito menos, tendo por base supostas razões expressas na comunicação social vários dias antes”.

“A situação demonstra a forma autocrática como a CMP gere a relação com as empresas, associações e a cidade”, acusou a ARP.

E prossegue: “lamentamos por isso que o nosso alerta de movimentos de descontentamento fora da esfera associativa, gerados nas redes sociais por causa do novo regulamento de circulação de veículos turísticos na cidade sejam apelidados de forma incompreensível de sequestro da cidade, o que só pode ser equivoco ou profundo desconhecimento, o que é grave, não dando sequer oportunidade de reunirmos e esclarecermos dúvidas ou supostas tomadas de posição”.

Reiterando ser “a favor da regulamentação da circulação rodoviária no centro da cidade, não apenas dos autocarros turísticos, mas também dos veículos ligeiros” a associação assinala que “não ameaça nem impõe, mas antes sugere soluções e formas de atuação com base na experiência internacional na mobilidade de autocarros de turismo nos centros das cidades europeias”.

Sobre o tema, a ARP acusa “a CMP de não ter estudado, criando o seu modelo de raiz sem verificar as boas práticas, experiência e evolução de modelos de varias cidades, onde o controlo de acesso de autocarros é efetuado desde o ano 2000”.

“O Porto não é Paris e, por isso, não tem uma entrada de 400 autocarros de turismo diariamente, como adiantado pela CMP (notar que a STCP tem um total de cerca de 475 autocarros e circula nas ruas do Porto sem as bloquear). No Porto estima-se que entrem diariamente na época turística cerca de 40 autocarros (excluindo atividades de caráter excecional e pontual como eventos escolares ou desportivos)”, contabiliza a ARP.

Perante estes números sustenta a associação que “este fator crucial denota um profundo desconhecimento e desvirtuar da realidade”.

Segundo a ARP, o regulamento imposto pela autarquia veda por completo o acesso dos autocarros de turismo entre as 08h00 e as 10h00 e as 17h00 e as 20h00 (horas-chave na partida e chegada dos grupos turísticos com respetiva bagagens aos hotéis) e limita a 20 autocarros diários, reservados por mail muitas vezes com resposta pós data!, até 20 dias de antecedência da chegada do grupo.

A terminar, a ARP alerta que “a bem da cidade” o “diálogo não pode ser posto de lado”.

A Lusa tentou uma reação da Câmara do Porto, mas até ao momento não foi possível.

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