Executivo do Porto manifesta "profunda preocupação" com novos valores de contrapartida para reciclagem

Executivo do Porto manifesta "profunda preocupação" com novos valores de contrapartida para reciclagem
| Porto
Porto Canal / Agências

O executivo da Câmara do Porto aprovou esta segunda-feira manifestar ao Governo "profunda preocupação" com o despacho que determina os novos valores de contrapartida do material para reciclagem e recomendar a aplicação dos valores propostos em 2023.

A proposta, apresentada pelo movimento independente na reunião do executivo, foi aprovada por unanimidade.

Em causa está o novo modelo de cálculo e valores de contrapartida do material para reciclagem, que, segundo o vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo, “não garante a cobertura dos custos da recolha e tratamento apurados em 2021”.

Segundo o movimento independente, em 2023, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) promoveu duas consultas públicas para rever os valores de contrapartida a aplicar em 2024, com base num estudo desenvolvido pela agência.

“Apesar do mencionado estudo encomendado pela APA estar disponível desde 2023 e das diversas consultas públicas ao novo modelo de cálculo dos valores de contrapartida, ao contrário do anunciado, o respetivo despacho não foi publicado e os valores de contrapartida em 2024 mantiveram-se inalterados", lê-se na proposta.

Para o movimento, a revisão dos valores apresentados no inicio deste mês pela APA é “incompreensível e inexplicável”, ao continuar a “negligenciar a aplicação da Responsabilidade Alargada do Produtor” e a “impor a subsidiação pela tarifa de valores que não cabem aos municípios suportar”.

Aos vereadores, Filipe Araújo esclareceu que a situação se tornou “insustentável” e defendeu que o principio da Responsabilidade Alargada do Produtor “não é realmente aplicado em Portugal”.

“Há sete anos que não há revisão desses preços. Para a Lipor [que gere os resíduos do Grande Porto], estes últimos sete anos significam 50 milhões de euros que não foram pagos e que tivemos de incorporar no custo imputado aos municípios”, esclareceu Filipe Araújo, que detém o pelouro do Ambiente.

Nesse sentido, o executivo foi unânime em manifestar junto do Governo a sua "profunda preocupação" pelo novo despacho e recomendar a publicação, "com a máxima urgência", dos valores de contrapartida propostos no despacho de novembro de 2023.

Paralelamente, o executivo quer que o Governo garanta a aplicação do princípio da Responsabilidade Alargada do Produtor e assegure a atualização dos valores das contrapartidas, tendo em conta os custos e investimentos realizados pelos sistemas de gestão de resíduos urbanos.

Na sequencia da discussão, o vereador Sérgio Aires, do BE, sugeriu que a Lipor apresentasse uma queixa à Comissão Europeia, uma vez que “há um claro incumprimento da lei”.

A sugestão foi acolhida pela maioria no executivo, que irá sugerir aos municípios que integram a Lipor a avançar com a queixa.

A LIPOR – Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto – é responsável pela gestão, valorização e tratamento dos resíduos urbanos dos municípios de Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa de Varzim, Valongo e Vila do Conde.

+ notícias: Porto

TAP anuncia nova rota a partir do Porto

A TAP anunciou uma nova rota direta do Porto para os Estados Unidos da América, para a cidade de Boston, a partir de maio do próximo ano, segundo um comunicado divulgado pela transportadora.

Dragões de Ouro regressam à Super Bock Arena, cinco anos depois

Cinco anos depois, a Super Bock Arena volta a receber uma gala dos Dragões de Ouro para a 37.ª edição do evento. 

Porto quer combater alterações climáticas até 2030 com investimento de dois mil milhões de euros

A Câmara do Porto investiu, entre 2017 e 2023, 657 milhões de euros em medidas de combate às alterações climáticas, e pretende alcançar os dois mil milhões de euros de investimento até 2030, avançou o vice-presidente.