"Eu amo o Futebol Clube do Porto"
Porto Canal
Adepto há 72 anos e associado do FC Porto há mais de meio século, Adriano Sousa Pinto protagonizou um momento que comoveu a nação azul e branca na passada semana: com a roseta ao peito na data em que comemorava o 54.º aniversário de sócio, o número 3.388 na lista de filiados emocionou-se durante uma visita ao Estádio do Dragão e confraternizou com quem não o conhecia, mas fez questão de relatar o episódio nas redes sociais.
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O clube foi à procura do senhor Adriano e convidou-o a entregar os prémios MVP no final do jogo frente ao Arouca que terminou em vitória por 4-0. Lado a lado com João Mário, Samu e Diogo Costa, momento de “tanta amabilidade, tanto carinho e tanta bondade” que irá “recordar por muito tempo”, o orgulhoso Roseta de Ouro mostrou-se “extasiado”, descreveu “uma alegria enorme”, agradeceu a “um clube único” e confidenciou um desejo: “Quero morrer com a camisola do FC Porto e um cachecol. Quando morrer quero fazê-lo em paz e levar comigo o meu FC Porto”.
Invadido pela emoção
“Estou extasiado, foi uma alegria enorme. Alguém, por detrás, conseguiu que eu estivesse aqui. O FC Porto teve uma grande amabilidade, porque eu na terça-feira tinha feito 54 anos de sócio e passaram-se aqui algumas coisas que me fizeram quebrar e ir às lágrimas. Quando cheguei a meio da visita apontei para a arquibancada e disse que aquele era o sítio onde eu via os jogos, mas a vida dá muitas voltas e tive que deixar o meu Lugar Anual. Alguns anos depois, ao passar por ele, atirei dois beijos para o meu lugar e o coração cedeu. Comecei a chorar, uma pessoa viu, veio ter comigo, dirigiu-me algumas palavras de conforto e gerou-se um mar de reações.”
Eterno apaixonado
“Na quinta-feira entrei no café e disseram-me que já tinha 47.700 visualizações na internet. Eu respondi que não podia ser eu, mostraram-me a publicação e fiquei paralisado. Isto é uma coisa única, porque o FC Porto é um clube único. É o único que tem o Penta, o único que tem vários troféus internacionais conquistados, mais do que todas as outras equipas portuguesas juntas, e eu quero morrer com a camisola do FC Porto e um cachecol. Quando morrer quero fazê-lo em paz e levar comigo o meu FC Porto. Não há mais ou menos, ou se gosta ou não se gosta, e eu não gosto: eu amo o Futebol Clube do Porto.”
Lições de vida
“Vivi uma experiência que irei recordar por muito tempo, entregar os prémios e ser entrevistado no Estádio do Dragão... sinto-me pequeno porque talvez não merecesse tanta amabilidade, tanto carinho, tanta bondade. Nós somos da cidade do Porto e a cidade do Porto é única. Aqui preza-se o bem receber, o carinho com que se atende e se dá afeto a quem nos visita... foi o que me fizeram aqui. Eu sou tão pequeno e tão humilde, mas serei assim tão grande? Por isso digo que não vale a pena falarmos do alto da burra, porque a qualquer momento podemos cair, devemos sempre pensar no «nós» e não no «eu». Isso é o que falta no mundo atual.”