João Pinto: “Não há palavras para descrever o que é ser do FC Porto”

João Pinto: “Não há palavras para descrever o que é ser do FC Porto”
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Porto Canal

No FC Porto há vários dias especiais, mas o 28 de setembro será sempre aquele dia. Quando tudo começou. A 28 de setembro de 1893 era fundado o FC Porto, por António Nicolau d’Almeida. 131 anos depois, com uma longa e rica história para contar, o FC Porto celebra este sábado o aniversário do clube.

João Pinto, em declarações ao Porto Canal esta semana, disse que “não há palavras para descrever como é ser do FC Porto”, enquanto que Rui Barros refere que o amor ao clube “não se ensina, cria-se entre nós”.

 
 
 
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Nos primeiros meses de vida da instituição realizaram-se vários treinos e jogos entre os sócios e, a 2 de março de 1894, os futuros Dragões disputaram frente ao Club Lisbonense a Taça D. Carlos I, perante o próprio monarca e a rainha D. Amélia. Apesar do aparente vigor do FC Porto desde a origem - de que são testemunhos o primeiro regulamento, de 1893, e a realização de pelo menos uma Assembleia Geral -, a verdade é que cedo o clube entrou numa fase de letargia que duraria 12 anos.

Em 1906, José Monteiro da Costa e o Grupo do Destino relançaram-no e este cresceu de forma rápida e sustentada durante as décadas que se seguiram. Em poucos anos, o FC Porto foi dotado de estatutos, instalações e símbolos, revelando capacidade para suscitar o interesse de um número significativo de associados. E deixou de ser apenas um clube de futebol: nesta segunda vida, o FC Porto promoveu a prática do ténis, do atletismo e da natação, entre outros desportos.

Enquanto o futebol português dava os primeiros passos no sentido da institucionalização e da organização de competições oficiais, o FC Porto afirmou-se como o principal emblema da cidade e um dos maiores do país. O Campeonato Regional do Porto, disputado a partir de 1913, foi conquistado pelos azuis e brancos 30 vezes (em 34 possíveis). Viriam ainda a vencer as primeiras edições do Campeonato de Portugal, em 1922, e da Liga Portuguesa, em 1935. Se tomarmos em consideração estas duas provas, são sete os títulos nacionais conquistados entre 1922 e 1940.

A todo o gás a partir da década de 1940, cedo se percebeu que o acanhado Campo da Constituição, em funcionamento desde 1913, era pequeno demais para corresponder à afluência de tantos portistas. Por isso, em 1952, foi inaugurado o Estádio das Antas, construído graças à mobilização e ao apoio altruísta de milhares de associados e adeptos.

Ao nível desportivo, contudo, estes foram anos difíceis, pontualmente abrilhantados por conquistas heroicas inesquecíveis. Foi assim em 1956, quando o brasileiro Dorival Yustrich conduziu a equipa de futebol à primeira dobradinha, e em 1959, quando Béla Guttman conseguiu vencer o campeonato manchado pela arbitragem de Inocêncio Calabote. Mas não há como fugir: este é um tempo marcado por dois longos jejuns de títulos nacionais (1940-1956 e 1959-1978), que não podem ser dissociados de uma conjuntura política bem mais favorável aos clubes de Lisboa.

Tudo mudou a partir de 1978, quando a conquista do campeonato nacional, após 19 de anos de seca, correspondeu ao 25 de abril do futebol português. Na verdade, a grande transformação começou dois anos antes, em 1976, quando Jorge Nuno Pinto da Costa se tornou chefe do departamento de futebol e fez regressar José Maria Pedroto. A partir daí, o clube modernizou-se, posicionou-se na vanguarda do futebol e tornou-se uma referência internacional.

Os títulos são o melhor indicador desta história de sucesso, que só no futebol ficou marcada pela conquista de duas Taças/Ligas dos Campeões Europeus, duas Taças Intercontinentais, duas Taças UEFA/Liga Europa e uma Supertaça Europeia. Mas o FC Porto também venceu no andebol, no basquetebol, no bilhar, no boxe, no hóquei em patins, na natação, no voleibol, no desporto adaptado e em modalidades que atualmente não estão em atividade, como o atletismo, o ciclismo e a ginástica. Entretanto, foram inaugurados o Estádio do Dragão, o Dragão Arena e o Museu.

Em 2024 virou-se a página do livro de honra de vitórias sem igual. Na eleição mais participada da história do FC Porto, 26.876 sócios elegeram André Villas-Boas como 32.º presidente. Durante 11 horas ininterruptas, 70% dos associados com capacidade eleitoral ativa acorreram às urnas sob a máxima “um sócio, um voto” sem qualquer incidente ou reclamação.

A nova Direção do clube tomou posse a 7 de maio e festejou a vitória da prova rainha meros 19 dias depois. No Jamor, o FC Porto levou de vencido o Sporting (2-1) e os presidentes André Villas-Boas e Jorge Nuno Pinto da Costa ergueram a 20.ª Taça de Portugal do palmarés portista.

Dois meses e meio volvidos, em Aveiro, uma reviravolta épica diante do mesmo adversário valeu a conquista da Supertaça Cândido de Oliveira e reforçou o estatuto do emblema mais titulado do país. Os marcos históricos não ficaram por aí. No primeiro dia de setembro, a recém-criada equipa de futebol feminino apresentou-se ao Mar Azul e trouxe 31.093 adeptos ao Estádio do Dragão, batendo o recorde de assistência nacional.

Nem com um palmarés recheado pelas conquistas de 30 campeonatos, 24 Supertaças, 20 Taças de Portugal, quatro Campeonatos de Portugal, duas Taças Intercontinentais, duas Ligas dos Campeões, duas Ligas Europa, uma Supertaça Europeia e uma Taça da Liga a ambição esmorece. E essa ambição obriga qualquer Dragão a lutar em todos os momentos para honrar um legado com 47.848 dias.

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