Algumas zonas de produção de vinho verde afetadas pelos incêndios, mas seguros cobrem possíveis perdas

Algumas zonas de produção de vinho verde afetadas pelos incêndios, mas seguros cobrem possíveis perdas
Lusa
| Norte
Porto Canal / Agências

A presidente da Direcção da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes admitiu esta quinta-feira que a vaga de incêndios dos últimos dias afetou algumas zonas de produção de vinho verde, mas garante que há seguro de colheitas.

À margem da Conferência "Desafios e oportunidades para o setor do vinho" em Portugal, que decorreu esta quinta-feira na Aula Magna da Universidade Portucalense, a presidente da Direcção da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), Dora Simões avançou à Lusa que houve alguns incêndios em zonas como Amarante, Celorico, e Baião em que houve “um ou outro foco que aconteceu em algumas zonas de vinho verde”.

No entanto, Dora Simões sublinhou que os incêndios afetaram “mais zonas de floresta” e “não teve impacto significativo nas áreas de vinha”.

A presidente da CVRVV acrescentou que as áreas de vinha são todas cobertas por um seguro coletivo de colheitas que a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes tem para todos os produtores.

No caso de haver alguma incidência de incêndio nalguma área de vinha, esses produtores de vinho verde “estarão cobertos por um seguro de incêndio coletivo da região, o que de alguma forma minimiza um pouco o impacto económico perdido de algum tipo de produção”, declarou, reiterando que não foram “significativos na área da vinha” e que tal foi mais visível “nas áreas florestais e de zonas baldios da região.

Na Conferência, organizada pela Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos e Bebidas Espirituosas (ANCEVE), e que decorreu na Aula Magna da Universidade Portucalense, vários intervenientes destacaram a necessidade delinear uma resposta “robusta” para a crise que está a assolar nos últimos anos a fileira do vinho português, designadamente através de mais controlo e fiscalização, bem como montando um fluxo de informação em cada adega, ou mesmo criando um observatório para criar maior transparência na produção nacional e na importação de vinho.

Alguns dos intervenientes no debate foram Frederico Falcão, presidente da ViniPortugal, Francisco Toscano Rico, Andovi (congrega as entidades públicas e privadas a quem cabe representar, certificar e promover as Denominações de Origem Vitivinícolas Portuguesas), Dora Simões, Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes, Francisco Mateus, Comissão de Viticultura da Região do Alentejana, Rodolfo Baldaia de Queirós, Comissão de Viticultura da Região da Beira Interior, Anselmo Mendes, produtor, ou António Sucena Cláudio, do Fórum Unidos pela Vinha de Portugal.

Sete pessoas morreram e 161 ficaram feridas devido aos incêndios que atingem desde domingo sobretudo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga, Viseu e Coimbra, e que destruíram dezenas de casas.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) contabiliza cinco mortos, excluindo da contagem dois civis que morreram de doença súbita.

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 121 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro já arderam mais de 100 mil hectares, 83% da área ardida em todo o território nacional.

O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e sexta-feira dia de luto nacional.

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