O incêndio que lavra desde terça-feira em Amarante (Porto), na zona de Carneiro, já está controlado, mas os meios mantêm-se de prevenção por causa dos reacendimentos, segundo a proteção civil municipal.

“O incêndio está sob vigilância ativa, porque tem havido alguns pequenos reacendimentos”, acrescentou à Lusa Hélder Ferreira.

O fogo deflagrou na madrugada de terça-feira, na zona de Carneiro, evoluindo para Carvalho de Rei e Bustelo, incluindo zonas próximas de aldeias da serra da Aboboreira, onde se viveram momentos de aflição por parte dos habitantes, muitos dos quais idosos.

O incêndio deixou vastas áreas consumidas pelas chamas, incluindo zonas agrícolas junto a habitações.

Às 10h20 desta quinta-feira, o dispositivo contava com 73 bombeiros e 28 viaturas.

A proteção civil prevê que a situação fique definitivamente resolvida nas próximas horas, beneficiando da descida de temperatura e da menor intensidade do vento.

Nas últimas horas, também há registo de reacendimentos de outro incêndio no concelho, na zona da Chapa, que têm sido controlados pelos bombeiros, impedindo que as chamas destruam as casas mais isoladas.

A insuficiência de meios de combate face à dimensão e ao número de ocorrências foi um dos fatores que, segundo a fonte, mais contribuiu para o cenário que se observa em várias zonas de Amarante, com uma área ardida significativa que está a ser avaliada para posterior divulgação.

Sete pessoas morreram e cerca de 120 ficaram feridas nos incêndios que atingem desde domingo sobretudo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Viseu e Coimbra, e que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas.

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 106 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro já arderam perto de 76 mil hectares.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) contabilizava, às 19:30 de quarta-feira, 34 incêndios ativos, sendo que destes 18 assumiam uma dimensão "significativa" e mobilizavam mais meios. No combate a estes 18 incêndios estavam envolvidos 2.434 operacionais, apoiados por 734 meios terrestres e 23 meios aéreos.

O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias.