Situação mais calma em Arouca, mas fogo continua com três frentes ativas
Porto Canal/Agências
O incêndio florestal de Arouca continua esta manhã com três frentes ativas, sendo a que ameaça a vila de Vilarinho a que está a causar mais preocupação, segundo a presidente daquela autarquia do distrito de Aveiro.
“Mantemos as três frentes ativas, mas de alguma forma mais controladas, com os bombeiros a tentar conter as progressões”, disse à Lusa a presidente da autarquia, Margarida Belém, que afirmava estar mais “serena e otimista”.
Segundo a autarca, a situação mais preocupante verifica-se na frente de Canelas/Espiunca, na zona de Vilarinho, onde os bombeiros estão a “evitar projeções e a progressão para a subida para a Senhora da Mó, que seria muito preocupante para a zona da vila”.
Além desta, existe a frente em Alvarenga, onde “os bombeiros estão a procurar conter para não passar para Paradela, em Nespereira, que já é no concelho vizinho de Cinfães”, no distrito de Viseu, e a frente de Covelo/Janarde, na zona de Telhe, que “estão a procurar conter o perímetro para que não haja progressão”, adiantou Margarida Belém.
A autarca referiu ainda que as condições atmosféricas durante a noite, nomeadamente a baixa temperatura, o aumento da humidade e o orvalho, foram benéficas para o combate às chamas, mas assinalou que “há uma grande imprevisibilidade em termos de ventos”.
“Estão previstos alguns ventos agora para a parte da tarde. Estamos muito atentos e cautelosos, porque as coisas ainda nos preocupam bastante”, afirmou.
Mostrando-se grata aos “poucos operacionais” que estiveram no terreno nas primeiras horas do incêndio, Margarida Belém referiu que, nesta fase, tem havido um reforço de meios, o que permite uma renovação das equipas que “estão cansadas”.
A autarca disse ainda que está a ser feito um levantamento dos danos causados pelo incêndio, mas não tem conhecimento de casas ou empresas atingidas pelo fogo, adiantando que continuam as escolas encerradas no dia de quinta-feira como medida preventiva.
Pelas 10:30, segundo o ‘site’ da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, o incêndio de Arouca, que deflagrou numa zona de mato de Alvarenga na quarta-feira às 17:17, mobilizava 310 operacionais, apoiados por 92 viaturas e três meios aéreos.
Sete pessoas morreram e cerca de 120 ficaram feridas nos incêndios que atingem desde domingo sobretudo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga, Viseu e Coimbra, e que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 106 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro, já arderam perto de 76 mil hectares.