“Cenário devastador”. Bombeiros e populares uniram esforços para combate ao fogo em Gondomar
Pedro Benjamim e Fábio Lopes
O incêndio que lavra desde segunda-feira em Gondomar começou a ceder aos meios em três das frentes de combate (Jovim, Jancido e Melres) pela hora de almoço, com o último foco a dar problemas, em Medas, a estar também já “dominado”, informou pelas 17h50 o Presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins.
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Na manhã desta quarta-feira, esse foco de incêndio juntou bombeiros e populares no combate às chamas para proteger habitações que estiveram em risco.
“É um cenário que eu em 29 anos nunca vi. De facto devastador. Quero dar o mérito aos bombeiros e às forças policiais que estiveram aqui”, refere uma das moradoras de Medas que viu as chamas cercarem a pequena vila gondomarense.
Moradores usavam mangueiras para molhar a zona circundante enquanto as chamas se aproximavam. Ambos se uniam para preparar o combate às chamas – transportando mangueiras -, que era feito pelos bombeiros.
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De acordo com um comunicado da autarquia, “não há desalojados nem perdas de primeiras habitações". Há, ainda assim, “registo de danos em estruturas anexas e armazéns de apoio e em duas oficinas, em Jovim”, acrescenta.
“Realmente a escassez de meios é enorme e eles [bombeiros] têm tido uma luta titânica para conseguir evitar danos maiores, principalmente nas casas.Arderam alguns anexo, algumas alfaias, mas coisa de menor importância para aquilo que podia ter acontecido”, sublinhou José Paiva, Presidente da União das Freguesias de Melres e Medas.
Foram realizadas evacuações preventivas em Covelo, Jancido (Foz do Sousa), e Branzelo (Melres).
Em relação à circulação rodoviária no concelho, a câmara refere que “está cortada a A41 entre Medas e Aguiar de Sousa e a A43 entre Gondomar e A41. Registam-se constrangimentos em vários arruamentos do concelho, que condicionam a circulação viária”.
Acrescenta que se mantém “o risco elevado de novos incêndios até amanhã, quinta-feira, dia 19, devido às condições meteorológicas, com ventos fortes que dificultam o combate e aumentam o risco de reacendimentos em zonas já controladas”.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 106 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro, já arderam perto de 76 mil hectares.
O Governo já declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias.