Governo acusado de "desmantelar" Serviço Nacional de Saúde

Governo acusado de "desmantelar" Serviço Nacional de Saúde
| País
Porto Canal / Agências

O secretário-geral do PCP acusou este sábado o executivo de acelerar o desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS), tornando "mais difícil a vida dos utentes”, propositadamente para entregar serviços ao privado.

Em declarações aos jornalistas no Hospital Garcia de Orta, Setúbal, Paulo Raimundo afirmou que o Governo pretende acelerar “o desmantelamento do SNS”, ao “fatiar as peças" do mesmo "e entregar partes daquilo que é a resposta do SNS ao setor privado".

"Do ponto de vista do Governo, não está a falhar nada. Está tudo certo. Não há médicos, não há urgências da obstetrícia abertas, não há urgências pediatria abertas, não há urgências geral abertas, não há nenhum problema”, atirou o líder do PCP.

Raimundo disse que a única solução que o Governo oferece aos cidadãos é o recurso ao setor privado da saúde e que falta coragem ao executivo para “de uma vez por todas deixar de enfiar milhares de milhões de euros de recursos públicos nos que fazem da doença um negócio”.

O secretário-geral defendeu ainda que há falta de “coragem política” para investir em mais infraestruturas no SNS, exemplificando com o caso do concelho do Seixal onde, disse, “não há nenhuma razão para não construir o hospital”.

Raimundo afirmou a necessidade de serem dadas melhores condições de trabalho aos profissionais de saúde, acusando ainda o Governo de “estancar carreiras e apertar salários para que muitos dos médicos, enfermeiros e técnicos não tenham outra opção que não seja ir para fora de Portugal ou ir para o setor privado”.

“Os privados não precisam de mais médicos. Quem precisa de mais médicos é o SNS. E as pessoas, os utentes, aqueles milhares de utentes que continuam sem médico de família, em particular aqui na península de Setúbal, sabem, por experiência própria, que o SNS é o único que não nos pergunta quanto é que tem na conta bancária para os socorrer (...) e nós precisamos de salvaguardar isto”, acrescentou.

O PCP insistiu no pedido de explicações à ministra da Saúde, Ana Paula Martins, afirmando que esta não pode “despachar para o diretor executivo do SNS a responsabilidade” das dificuldades de acesso à saúde.

“O diretor executivo da comissão executiva do SNS tem uma tarefa distinta, concreta. Na prática é um alto quadro da administração pública. A responsabilidade política é da ministra. A ministra, perante este facto, perante este facto, tem que dizer qualquer coisa. São 800 mil pessoas na península de Setúbal (...). Alguém pode dormir descansado com uma situação destas?”, questionou Raimundo.

+ notícias: País

PCP quer licenças de parentalidade de 201 dias após o nascimento do bebé

O PCP anunciou este sábado que tem um projeto para alargar as licenças de maternidade e paternidade depois do nascimento do bebé para 210 dias (7 meses e 10 dias), partilháveis entre ambos, pagas a 100%.

FC Porto vai ter jogo difícil frente a Belenenses moralizado afirma Paulo Fonseca

O treinador do FC Porto, Paulo Fonseca, disse hoje que espera um jogo difícil em casa do Belenenses, para a 9.ª jornada da Liga de futebol, dado que clube "vem de uma série de resultados positivos".

Proteção Civil desconhece outras vítimas fora da lista das 64 de acordo com os critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro

A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) disse hoje desconhecer a existência de qualquer vítima, além das 64 confirmadas pelas autoridades, que encaixe nos critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro.