“Olha a bolinha…”. Portugueses rendidos à tradição

“Olha a bolinha…”. Portugueses rendidos à tradição
| Norte
Catarina Cunha

É nesta altura do ano que a expressão “olha a bolinha, com creme e sem creme” invade as praias portuguesas e se torna sinónimo de verão e bom tempo. A iguaria vendida pelos vendedores ambulantes continua a ser muito apreciada pelos portugueses, tornando-se um ritual de verão.

 
 
 
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A bola de berlim continua a ser o lanche ideal para os dias de praia e cativa apreciadores de geração em geração. Rodrigo Gonçalves, de 20 anos, carrega já há duas estações as caixas repletas do ‘clássico’ doce de verão, num percurso entre a Torreira (Aveiro) e a Aguda (Vila Nova de Gaia). Percorre o areal com boa disposição, com o objetivo de “angariar dinheiro para os estudos”, garantindo que esta é “uma boa experiência” e que lhe permite ter “relações incríveis com os clientes”. Apesar de enumerar as vantagens, o estudante de cinema confessa que este é um trabalho “duro”, por ser feito em terreno instável e “debaixo do sol”.

A curta experiência de vendedor diz-lhe que as bolas de berlim com creme são as preferidas dos nortenhos. “Temos muitas pessoas que pedem a bola de alfarroba, ou com chocolate, mas nada comparado com as de creme. Essas, chegamos a vender 200, num dia”, comenta o profissional, antes de ser chamado para mais uma venda.

Em menos de duas horas o jovem vendeu 80 bolas de berlim. Essas chegam-lhe, logo pela manhã, “ainda quentinhas” de uma pastelaria em São João de Ver, no concelho de Santa Maria da Feira. As caixas têm capacidade para 40 bolas (com e sem creme) e cada uma custa 1.50 euros. “Hoje, a venda correu bem melhor do que estávamos à espera. Quando o meu chefe me ligou, de manhã, disse-me que ia estar muito vento na praia e eu fiquei assustado. Mas, o tempo estava bom e foi um dia em cheio”, conta entusiasmado.

Com ou sem creme?

“Gostos não se discutem”, diz a sabedoria popular e afirmam os ‘amantes’ de bolas de berlim. Bernardino Castro é dos que aprecia comer o doce recheado de creme, “não lhe resisto", admitiu, antes de provar e aprovar a bola de berlim que comprou, minutos antes, ao vendedor Rodrigo.

Duas toalhas ao lado, há quem nunca tenha provado bola de berlim sem creme. “Bola de berlim sem creme? O que é isso? Não conheço, nunca comi. Como sempre com creme. Já sei que engorda, mas uma vez num ano, chega”.

O tema ainda gerou discórdia entre dois amigos com gostos distintos. “O creme é um bocado enjoativo. A massa é que é importante”, apontou um deles. “Sem creme fica enjoativo”, atirou o outro.

Depois de deixar o debate e antes de dizer ‘adeus’ ao areal, Rodrigo voltou a ser chamado por uma meia dúzia de clientes a quem respondeu: “Por hoje, já acabaram. Só tenho mais amanhã”.

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