"Não existe qualquer solução provisória fechada" para o metrobus do Porto, diz STCP
Porto Canal/Agências
A Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) afirmou esta quarta-feira que "não existe qualquer solução provisória fechada" para operar o metrobus, vincando que "não compete à Metro do Porto" definir tal desfecho, após declarações do seu presidente nesse sentido.
"A STCP reitera que até à data de hoje não existe qualquer solução provisória fechada para a operação de metrobus com a Metro do Porto", pode ler-se numa resposta de fonte oficial da STCP a questões da Lusa.
A Lusa questionou a transportadora liderada por Cristina Pimentel após o presidente da Metro do Porto, Tiago Braga, ter reiterado esta quarta-feira que serão autocarros da STCP a operar provisoriamente no canal do 'metrobus' enquanto não chegarem os veículos encomendados especialmente para o serviço, pretendendo começar a operar em setembro.
Questionado sobre que autocarros circularão provisoriamente, antes da chegada dos veículos encomendados pela Metro do Porto, Tiago Braga disse que a operação será feita "com material circulante da STCP", e que será assinado um memorando de entendimento entre as sociedades.
"O memorando vai ser assinado no seu devido momento, e será assinado antes da colocação em marcha dessa operação, que será sempre uma operação provisória", reiterou.
Na resposta à Lusa, a STCP refere que "não compete à Metro do Porto definir que será a STCP a operar provisoriamente sem ter nada contratualizado quer com a STCP quer com o município do Porto, sendo este último a Autoridade de Transporte".
"A STCP continua a aguardar a formalização do memorando de entendimento gizado em maio de 2023 e que não foi ainda assinado", reforça.
A empresa liderada por Cristina Pimentel recorda ainda que "uma solução provisória só se afigura necessária devido ao atraso na entrega do material circulante que, contratualmente, é da inteira responsabilidade da Metro do Porto".
Nas declarações desta quarta-feira aos jornalistas, Tiago Braga disse que a Metro do Porto lançou o concurso público para os veículos do 'metrobus' atempadamente, mas as "necessidades do cumprimento das regras da contratação pública" atrasaram o processo, obrigando a que a adjudicação apenas fosse feita num segundo concurso público.
As obras da primeira fase do metrobus estão praticamente concluídas, estando a decorrer este mês as últimas pavimentações.
Em 15 de julho, a presidente da STCP, Cristina Pimentel, considerou "impossível" arrancar com a operação do metrobus em setembro, apesar de o presidente da Metro do Porto garantir que o memorando "será assinado a tempo".
Segundo a presidente da STCP, "no canal da Boavista, tecnicamente, é possível operar com autocarros 'standard' STCP (com troca de via imediatamente antes e depois dos abrigos), se se entender que esse será o caminho provisório", sem chamar a esse serviço metrobus, mas sim "uma linha de autocarro com canal dedicado".
A líder da STCP disse ainda que "não pode existir uma operação de BRT com três paragens (troço na Avenida da Boavista), porque a inversão de sentido nas restantes quatro paragens é uma impossibilidade física e de trânsito".
A presidente da STCP também já tinha afirmado à Lusa que aguardava a assinatura de um memorando com a Câmara do Porto, Estado e Metro do Porto desde maio de 2023.
O novo serviço ligará a Casa da Música à Praça do Império (em 12 minutos) e à Anémona (em 17) e estão previstas as estações Casa da Música, Guerra Junqueiro, Bessa, Pinheiro Manso, Serralves, João de Barros e Império, no primeiro serviço, e no segundo Antunes Guimarães, Garcia de Orta, Nevogilde, Castelo do Queijo e Praça Cidade do Salvador (Anémona).
Os veículos definitivos do serviço serão autocarros a hidrogénio semelhantes aos do metro convencional e construídos por 29,5 milhões de euros por um consórcio que integra a CaetanoBus e a DST Solar.
A obra do metrobus custa cerca de 76 milhões de euros.