Viticultores do Douro dizem ter “batido no fundo” e prometem sair à rua em força

Viticultores do Douro dizem ter “batido no fundo” e prometem sair à rua em força
| Norte
Porto Canal/Agências

Os viticultores do Douro alertaram esta quinta-feira para a situação insustentável que atravessam, que será agravada com o mais recente corte no benefício de vinho do Porto, estando a mobilizar-se para um protesto de larga escala.

Depois de uma marcha lenta de protesto contra o corte no benefício para a vindima de 2024 que juntou, esta manhã, cerca de 100 agricultores no Peso da Régua, a freguesia de Ervedosa do Douro, no concelho de São João da Pesqueira, promete mais e maiores formas de luta.

“Hoje fomos poucos, mas futuramente vamos ter o Douro completo, em força. O Governo tem de olhar para a Região Demarcada do Douro com olhos de ver, porque os viticultores assim não aguentam, é impossível”, afirmou à Lusa o presidente de Junta de Freguesia de Ervedosa do Douro, Manuel Fernandes.

O benefício de 90 mil pipas de mosto para produção de vinho do Porto, menos 14 mil do que em 2023, foi o principal resultado do comunicado de vindima aprovado esta quinta-feira pelo conselho interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), que esteve reunido no Peso da Régua, distrito de Vila Real.

Perante esta redução, Manuel Fernandes defendeu a necessidade de juntar todos os produtores durienses numa manifestação de larga escala que, adiantou, já está a ser preparada e promete fazer-se ouvir.

“Há 21 municípios, temos de nos unir e sair para a rua, com força, para ver se nos ouvem e se os senhores do Governo se começam a mexer. Aqui já há muita miséria escondida e as pessoas assim não aguentam. Já batemos no fundo”, reiterou.

O autarca da freguesia com maior produção de vinho do Porto da Região Demarcada do Douro disse ser insustentável suportar um preço de 300 a 350 euros por cada pipa.

“Ao cortarem o quantitativo, o benefício para fazer o vinho do Porto, ao darem menos pipas do que no ano passado, que foram 104 mil, automaticamente, há menos 14 mil pipas para transformar que serão de vinho consumo, o chamado vinho de mesa”, explicou.

Manuel Fernandes revelou, a este propósito, que já foram despedidos centenas de lavradores das adegas, uma vez que estas não aceitam o vinho consumo.

“O que é que estes lavradores vão fazer ao excedente das uvas, ao que fica depois do benefício?”, questionou.

Também a Associação dos Viticultores e da Agricultura Familiar Douriense (Avadouriense), em conjunto com a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), decidiu avançar com uma manifestação que decorrerá no Peso da Régua, em 07 de agosto, e terá como propósitos ver assegurado o escoamento das uvas e travar os cortes no rendimento e no benefício.

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