Proprietário de casa que tem obra de Bordalo II em Viseu exige que Câmara pague os danos

Proprietário de casa que tem obra de Bordalo II em Viseu exige que Câmara pague os danos
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| Norte
Porto Canal/ Agências

O proprietário de uma casa que tem na sua fachada uma obra de Bordalo II exigiu esta quinta-feira à Câmara de Viseu a reparação de danos que alegou terem sido provocados pela forma como foi colocada a instalação artística.

Durante a reunião pública do executivo municipal, o empresário Paulo Correia lamentou que a casa esteja “inabitável desde 2021” devido à forma como a instalação foi aparafusada e que, apesar de 54 comunicações que enviou para a Câmara, a única resposta dada tenha sido que pretendia “deitar a escultura abaixo”.

A instalação artística “Barbary baby and mom monkey” foi colocada durante o festival de Street Art realizado em julho de 2020, no âmbito de um acordo celebrado entre o proprietário e a autarquia, numa altura em que Jorge Sobrado era vereador da Cultura.

Paulo Correia disse não concordar com a solução de retirar a instalação artística da fachada, atendendo ao seu valor - que estima acima de cem mil euros – e que, na altura, acordou com Jorge Sobrado e com a sua equipa que, “em vez de uma renda”, a obra ficaria para si passados dois anos.

“Eu tinha renovado a casa toda e tenho a casa toda destruída por dentro. Inclusive a água está a chegar ao piso de baixo”, contou o proprietário, acrescentando que, apesar de já terem tentado reparar os danos, “a água continua a passar na mesma”.

No final da reunião, o vice-presidente da Câmara de Viseu, João Paulo Gouveia, garantiu aos jornalistas que, se efetivamente houver algum estrago que tenha sido provocado pela instalação artística, a autarquia irá repará-lo.

Segundo João Paulo Gouveia, a autarquia nomeará um perito para avaliar a situação, o proprietário poderá fazer o mesmo e os dois “haverão de encontrar o laudo que permita à câmara tomar decisões sobre essa matéria”.

A vereadora da Cultura, Leonor Barata, explicou que o acordo celebrado com Paulo Correia e todos os outros proprietários no âmbito do festival Street Art previa “uma cedência da fachada dos edifícios para os artistas poderem desenvolver lá as suas obras” e que estas teriam de se manter durante, no mínimo, dois anos.

“Depois [dos dois anos], há todo um espaço em branco no sentido de, se o proprietário quiser a manutenção da obra, ela pode ficar, com a concordância da Câmara Municipal”, explicou.

Neste caso, o proprietário apontou a existência de problemas na sua habitação decorrentes da instalação artística, mas, segundo Leonor Barata, “essa causalidade ainda não está provada”.

“Quando estiver, e se estiver, entraremos com as devidas ações. Mas, mais do que isso, há uma questão da autoria da obra que é importante, porque não pode ser tocada por outra pessoa que não seja o próprio Bordalo, que nos últimos anos ganhou muita notoriedade e já não tem a mesma disponibilidade para vir tratar deste assunto”, afirmou.

A vereadora contou que a autarquia contactou a equipa do artista, que respondeu em outubro de 2023 e apontou a resolução do problema para a primavera.

Como, apesar de a intervenção entretanto feita parece não ter resolvido o problema, a situação terá de ser avaliada pelos peritos indicados pela Câmara e pelo proprietário.

Leonor Barata garantiu que “nunca esteve em cima da mesa” deixar de ter a instalação do Bordalo II, que considera “um artista muito expressivo e muito representativo das novas correntes da Street Art”.

“Agora, não podemos forçar ninguém a ter uma obra do Bordalo quando não quer e foi isso que nós dissemos: se quiser remover a obra estamos disponíveis para isso, mas também estamos disponíveis para encontrar uma solução de compromisso”, acrescentou.

Segundo a vereadora, “aquela obra não tem expressão se não for naquela fachada” e, portanto, “ao município não passa pela cabeça removê-la e colocá-la noutro sítio”.

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