PSD acusa PS de querer "defender um seu autarca de Gaia" no Metro do Porto
Porto Canal/ Agências
A concelhia do PSD/Porto rejeitou, esta quinta-feira, ter posto em causa os investimentos e a expansão da rede de metro, como criticado pelos socialistas, e acusou o PS de estar “mais preocupado em defender um seu autarca de Gaia”.
Em reação escrita enviada à Lusa, o PSD/Porto rejeitou as criticas do PS, que acusou esta quinta-feir os social-democratas de menorizar o investimento na rede de metro e exigiu “menos radicalismo e mais memória”.
"Se o PS/Porto lesse com atenção o comunicado do PSD/Porto sobre as obras do metrobus da Boavista veria que, em momento algum, colocamos em causa os investimentos e a expansão da rede de Metro”, indica a concelhia, liderada por Alberto Machado, vereador da Câmara do Porto sem pelouro.
O PSD exigiu na terça-feira a demissão do presidente do Conselho de Administração da Metro do Porto, Tiago Braga, por considerar ser "evidente a sua profunda incompetência e incapacidade de gestão" na obra do ‘metrobus’.
Dizendo que a crítica foi objetiva e se prendeu com a “catadupa de trapalhadas da obra do metrobus”, o PSD acusou o PS de estar “mais preocupado em defender um seu autarca de Gaia do que em defender o interesse dos portuenses”.
“Tiago Braga, presidente da Metro do Porto é, também, membro da bancada do Partido Socialista na Assembleia Municipal de Vila Nova de Gaia. Percebe-se por isso, que o mais recente comunicado do PS/Porto venha assinado também pelo presidente do PS/Gaia e pelo Secretariado Nacional do Partido Socialista”, observa.
Contactada pela Lusa, a concelhia do PS/Porto afirma que "o tom e teor funalizado" da resposta do PSD, que teve "autarcas seus nomeados para cargos de topo em empresas de transportes da cidade, revela bem a deriva populista em que o partido se encontra".
"O PS/Porto não vai contribuir para a degradação do debate político. A resposta do PSD confirma as preocupações da posição expressa pelo PS, não tendo sido nenhum ponto desmentido", acrescentou.
Os social-democratas dizem ainda nunca se terem manifestado contra os grandes projetos de infraestruturas e que “só numa visão de umbigo se pode achar que o PS foi o único responsável pelo lançamento destas obras, quando na Área Metropolitana do Porto existem outras sensibilidades partidárias e independentes”.
Dizendo que o foco são os portuenses e a defesa do que é “certo e justo” para o Porto, o PSD afirma que, mesmo não concordando com as prioridades assumidas, “respeitou a decisão democraticamente tomada pelo Governo em funções” de avançar com o metrobus na Avenida da Boavista.
“Poderíamos ter referido os atrasos de mais de 700 dias nas obras da linha rosa ou as “cheias” ocorridas no ano passado na baixa do Porto. Não o fizemos. Também poderíamos ter referido a diferença no ritmo de obra/atrasos existentes entre Vila Nova de Gaia e o Porto”, acrescentou o PSD.
O PS/Porto considerou que, com a exigência da demissão de Tiago Braga, “o PSD Porto achincalha e menoriza o investimento histórico levado a cabo nos últimos anos pela governação do PS na expansão da rede do metro, demonstrando que desconhece por completo a complexidade da execução de uma obra desta envergadura".
"Um projeto desta natureza não se faz sem dificuldades e sem problemas que devem ser debatidos e ultrapassados em prol da população", lê-se no comunicado, assinado também pelo presidente do PS de Vila Nova de Gaia, João Paulo Correia, e o membro do Secretariado Nacional do PS e candidato à distrital do PS/Porto, Nuno Araújo.
Lembrando que se o primeiro concurso não tivesse ficado deserto a Metro do Porto já tinha recebido os veículos para iniciar a operação do ‘metrobus’ e que, se as circunstâncias do segundo concurso "não fossem justificadas e atendíveis quer pelo Governo, quer pela STCP, certamente que a assembleia-geral da Metro do Porto do final de junho não teria decorrido com amplo consenso".
"Mais ainda, o PSD Porto é desautorizado pelo seu próprio Governo que, na referida assembleia-geral, apresentou um voto de louvor à administração da Metro do Porto, tendo a STCP votado a favor", acrescenta.