José Tavares quer que o FC Porto “volte a ser um dos melhores do mundo a formar e a desenvolver jogadores”, por isso faz questão de “cuidar da cultura de vitória, da mística e do que é o jogador à Porto, cujos sonhos passarão sempre por chegar à equipa principal, ser campeão e ambicionar ganhar uma Liga dos Campeões”.

Em entrevista ao Jornal de Notícias após uma passagem pelos Estados Unidos, onde “a cultura desportiva é de excelência”, o novo Diretor da Formação lembra que “serão necessários homens de grande coragem e competência para assumir este desafio”, já que “fruto da falta de investimento nas infraestruturas, o FC Porto não acompanhou o que aconteceu no mercado português”. Por isso mesmo, “para que o clube volte a ter uma posição de liderança na formação de jovens jogadores”, “estão a ser dados passos no sentido da construção de um centro de alta performance e de uma academia para a formação”.

“O desafio é grande”, explica o antigo treinador, observador e coordenador cem por cento seguro das escolhas de João Brandão (equipa B), Sérgio Ferreira (sub-19), Miguel Lopes (sub-17) e José Violante (sub-17), “homens de competência e de confiança no talento” que, tal como Vítor Bruno, sabem que “o talento não tem idade e o que existe precisa de ser desenvolvido para se transformar em ouro dos melhores quilates”.

Pronto a “fazer das fraquezas forças para voltar a um rumo mais seguro e condizente com a cultura de vitória do FC Porto”, que nos últimos anos não tem conquistado campeonatos nos escalões inferiores, José Tavares explica parte do método de trabalho: “Queremos potenciar os jogadores e otimizar a performance deles a vários níveis, queremos encontrar os melhores talentos disponíveis a nível nacional e internacional e queremos que o ADN Porto seja constante nas nossas equipas, desde os sub-7 até à equipa principal”.

“O futuro são os sócios. Os jogadores são parte fundamental do projeto”, explica alguém ciente de que “a hierarquia é um dos princípios fundamentais de uma organização e no FC Porto ainda mais”, pelo que a relação com Andoni Zubizarreta e Jorge Costa “assenta nos mesmos valores, na mesma visão” e tem por base o “trabalho de equipa”.

Questionado sobre o desaparecimento de Cardoso Varela, o responsável pelo futebol jovem assegura que “o FC Porto está a fazer tudo para lutar por um jogador que sempre demonstrou querer continuar a servir o clube”, que “os representantes ou tutores legais do Varela tomaram decisões que não são concordantes com essa vontade” e que “este caso deve servir de alerta”. “As questões paralelas deverão ser reguladas para que possamos acreditar em jovens jogadores que se motivem pelos valores certos e não por aquilo que tantas vezes destrói carreiras, só porque alguns acreditem que podem ganhar algo”, conclui.