CCDR-N e Turismo do Porto e Norte organizam região com 15 novas Rotas do Norte
Porto Canal / Agências
A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) e o Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP) assinaram esta sexta-feira um acordo para promover as Rotas do Norte, organizando em rede o património cultural regional.
De acordo com a apresentação feita esta sexta-feira na Quinta de São Gens, em Matosinhos, distrito do Porto, pelo vice-presidente da CCDR-N para a Cultura, Jorge Sobrado, as 15 novas Rotas do Norte "visam resolver um problema que se arrasta há décadas" e "aproveitar um potencial".
"É verdade que foi sendo sempre feito investimento em património cultural, há muitos anos que se faz investimento - e bom - em património cultural da região. Mas a verdade é que depois, o passo seguinte do ponto de vista de organização desse património no sentido da sua apropriação comunitária, não apenas da dimensão turística [...], esse passo não foi dado", resumiu Jorge Sobrado.
Assim, sempre que na região se procuram rotas de "catedrais, castelos, património religioso", isso "não está suficientemente organizado, nem disponibilizado, nem ativado" no terreno.
"É isso que estas Rotas do Norte, a partir de agora, procurarão resolver", visando "organizar informação" e "ativação em rede".
Para tal, as novas rotas a ser desenhadas contarão com o contributo do Turismo e Norte de Portugal, que juntamente com a CCDR-N criarão um selo Rotas do Norte.
"É um selo público que é concedido pela CCDR-Norte e pelo TPNP sobre bens imóveis cujas entidades promotoras, gestores e proprietários assumem um compromisso do ponto de vista da reabilitação, salvaguarda, mas também das condições de acesso e da qualidade da experiência de visita", detalhou Jorge Sobrado.
O presidente da CCDR-N, António Cunha, vincou ainda que o selo "será condição para determinadas ações e projetos terem possibilidade de virem a ser financiados pelo programa Norte 2030" de fundos europeus.
Para já, a lista indicativa tem 10 rotas generalistas: Arte e Arquitetura Contemporânea a Norte, Arte Rupestre a Norte, Caminhos de Santiago a Norte, Castelos e Fortalezas a Norte, Castros a Norte, Românico a Norte, Escritores a Norte, Património Imaterial a Norte, Património Industrial a Norte e Romano a Norte.
Há ainda uma rede de património religioso com cinco rotas: Catedrais a Norte, Mosteiros e Conventos a Norte, Órgãos a Norte, Santuários a Norte e Talhas, Azulejos e Frescos a Norte.
O objetivo é "dentro de um ano ou dois anos, neste intervalo de 12 a 18 meses começar a disponibilizar rotas de património cultural com diretórios e garantias de visitação".
Precisamente neste ponto, o presidente do TPNP, Luís Pedro Martins, disse que "algumas das queixas que chegavam ao Turismo do Porto e Norte por parte dos turistas era, de facto, quererem utilizar algumas destas rotas e chegarem aos locais e elas estarem encerradas".
"Às vezes era um grande prejuízo para quem se deslocava algumas centenas de quilómetros e não tinha possibilidade de usufruir de algo que lhes tinha sido prometido. No 'marketing' sabemos bem que o pior, a 'morte do artista', é quando a promessa é falsa", vincou.
Luís Pedro Martins rejeitou novas "falsas promessas" e assinalou o "momento histórico, pois é a primeira vez que existe esta estratégia conjunta entre a cultura e o turismo" na região, sendo "um exemplo único em termos nacionais".
Hoje foi precisamente lançado o primeiro aviso no âmbito do Plano de Ação Regional para a Cultura, "que visa apoiar operações de reabilitação e valorização de bens e património cultural inseridos em rotas" do Norte.
Também o processo de adesão às Rotas do Norte "poderá ser começado a ser solicitado hoje" numa plataforma lançada no 'site' da CCDR-Norte.