Centro Comercial Dallas. O maior shopping do Porto encerrou há 25 anos
Catarina Cunha
Centro Comercial Dallas. Chamava-se assim em memória da famosa série americana com o mesmo nome. O edifício com uma imponente fachada em vidro, interior em labirinto, de estilo vanguardista, foi construído na avenida mais comprida da cidade - a da Boavista -, e fechou portas há precisamente 25 anos.
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Naquele complexo existiam mais de 500 lojas, de todos os tamanhos e feitios, e cinco edifícios, um dos quais de habitação - mas sem licença de habitabilidade. No segundo dia do mês de julho de 1999, problemas de insegurança no espaço, como assaltos, confrontos físicos e tiroteios frequentes, ditaram o fim de uma era. Nesse dia nem a resistência dos proprietários, lojistas e funcionários, que consideravam aquela infraestrutura a sua segunda casa, possibilitou outro cenário que não o que ainda hoje persiste
Em 2013 a Andargest, empresa que administra aquele que já foi o maior shopping do Porto, anunciou um investimento de 30 milhões de euros para remodelar, legalizar e reabrir o Dallas. Dois anos depois, a autarquia portuense aprovou em Assembleia Municipal o Plano Pormenor que visava a redução das taxas municipais para que o complexo pudesse ser legalizado e reformulado. Desde então, nada mudou.
Contactada pelo Jornal de Notícias, a Câmara do Porto explicou que o “centro comercial Dallas continua devoluto devido à impossibilidade de contactar cada um dos proprietários”.
Depois do encerramento, apenas uma pequena loja de eletricidade se manteve durante anos a fio na clandestinidade, em clara negação da morte anunciada da imponente estrutura. Mas até essa já foi ultrapassada pelo tempo. Os vidros no chão e os grafitis escondem a história daquele que já foi um dos edifícios mais importantes da cidade.