Estudantes barricados acusam faculdade da U.Porto de "atitude antidemocrática"
Porto Canal com Agências
Os estudantes que ocupavam desde quinta-feira as instalações do departamento de Ciências e Computadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto desmobilizaram esta terça-feira, após a intervenção policial.
Num comunicado a que o Porto Canal teve acesso, o grupo de alunos salienta que, na madrugada desta terça-feira, foi acionado um “fortíssimo contingente policial “para “tirar partido do menor número de estudantes e ativistas no local e da ausência da comunicação social”.
Em sequência, o coletivo informa que lhes foi comunicado que “caso as pessoas barricadas” no interior de uma sala de aula e “o acampamento não desmobilizassem imediatamente, seria forçosamente desmobilizado”.
Por isso, devido “à ameaça e à atitude antidemocrática desproporcional” da direção da instituição de ensino, os estudantes e ativistas tomaram “a decisão de proteger a integridade física e psicológica de todas” para garantir a “continuidade da mobilização estudantil”.
Recorde-se que o protesto teve o primeiro momento em 8 de maio, quando cerca de meia centena de estudantes exigiram diante da reitoria da UP o corte de relações entre a academia e o Estado de Israel.
Na quarta-feira os estudantes concentraram-se na Faculdade de Belas Artes e decidiram prosseguir com o protesto na Faculdade de Ciências, onde colocaram tendas de campismo para se abrigarem durante a noite, rodeadas de bandeiras da Palestina, velas e faixas com frases como: “Solidariedade proletária por uma Palestina Livre”, “Israel não é uma democracia, Israel é um país terrorista” e “A revolução começa aqui”.
A ação faz parte da luta internacional de protesto estudantil que se iniciou em universidades norte-americanas e já se estendeu a instituições de ensino superior em várias cidades europeias, do Canadá, México e até Austrália, a exigir o fim da ofensiva israelita na Faixa de Gaza.