Líder do PCP diz que presidente da AR "esteve mal" ao "permitir vulgarizar" racismo

Líder do PCP diz que presidente da AR "esteve mal" ao "permitir vulgarizar" racismo
| Política
Porto Canal/Agências

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, disse este domingo não aceitar “declarações racistas e xenófobas que promovem o ódio” e considerou que o presidente da Assembleia da República “esteve mal” ao “permitir vulgarizar” esse tipo de discurso.

“Não aceitamos declarações racistas e xenófobas que promovem o ódio, que querem branquear esse passado triste colonial, que querem branquear o fascismo”, argumentou o líder comunista, durante uma intervenção em Baleizão, no concelho de Beja.

E o PCP, continuou, não aceita “que esse discurso seja vulgarizado, seja lá onde for e muito menos na Assembleia da República, onde todos e cada um [dos deputados] juraram cumprir e fazer cumprir a Constituição da República” Portuguesa.

Por isso, “esteve mal o presidente da Assembleia da República [José Pedro Aguiar-Branco]. Esteve mal em permitir vulgarizar estas afirmações e estas declarações”, criticou Paulo Raimundo.

Em Baleizão, num comício de homenagem a Catarina Eufémia, o líder do PCP aludia ao facto de o presidente da Assembleia da República (AR) ter permitido, na sexta-feira, que o líder do Chega, André Ventura, prosseguisse a sua intervenção, depois de ter dito que “os turcos não são propriamente conhecidos por ser o povo mais trabalhador do mundo”.

Aguiar-Branco considerou que não lhe compete censurar as posições ou opiniões de deputados, remetendo para o Ministério Público uma eventual responsabilização criminal do discurso parlamentar.

Referindo-se ao que se passou na sexta-feira no parlamento, o que ‘despertou’ um coro de apupos por aperte dos militantes e simpatizantes comunistas que assistiam ao comício, Paulo Raimundo alertou que é preciso travar o racismo e a xenofobia.

“Por cada metro que avança este discurso de ódio, por cada metro que avança este discurso racista, é mais um metro em que avança o ódio, mas também é mais um metro em que avança a exploração de quem trabalha”, avisou.

E é essa exploração dos trabalhadores “que se pretende” atingir, “encontrando pretextos”, notou Paulo Raimundo, contrapondo que o PCP não aceita isso: “Temos a prova provada nesta terra que o caminho é outro, não é o aumento da exploração”.

Na sua intervenção, no dia em que se assinala precisamente o 70.º aniversário do assassinato da trabalhadora rural Catarina Eufémia pela GNR, durante a ditadura, o líder comunista realçou que existem “razões de sobra” para a luta dos trabalhadores, nomeadamente daqueles que são imigrantes.

Estes procuram em Portugal, “legitimamente”, melhores condições de vida, “da mesma forma que milhares e milhares de portugueses daqui saem para ir à procura de melhores condições de vida noutros países”.

“E nós não menosprezamos as dificuldades, não menosprezamos os problemas reais que existem, mas rejeitamos em absoluto o discurso do ódio, o discurso do racismo e o discurso da xenofobia”, sublinhou.

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