Confederação de organizações de ambiente considera localização do novo aeroporto de Lisboa extemporânea

Confederação de organizações de ambiente considera localização do novo aeroporto de Lisboa extemporânea
Pedro Benjamim | Porto Canal
| Norte
Porto Canal / Agências

A Confederação Portuguesa das Associações de Defesa do Ambiente (CPADA) considerou esta terça-feira "extemporâneo" localizar um novo aeroporto em Alcochete e alertou que grandes aeroportos podem ser inviáveis economicamente.

O aviso das associações, em comunicado, surgiu na sequência do anúncio pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, de que o Governo aprovou esta terça-feira a construção do novo aeroporto da região de Lisboa em Alcochete, que será o único, seguindo a recomendação da Comissão Técnica Independente (CTI).

“Grandes aeroportos que não servem uma vasta população são economicamente inviáveis e têm um custo ambiental inaceitável. A decisão de construção de raiz em Alcochete é por isso vista com apreensão, sobretudo quando temos uma oportunidade irrepetível de tomar uma decisão sem custos ambientais irreversíveis”, diz a CPADA em comunicado.

No documento as organizações defendem como escolha acertada as propostas Santarém e Beja e dão exemplos do que consideram obras megalómanas, “com aeroportos fantasma ou envoltos em polémicas” em Espanha, Alemanha, Polónia, Canadá ou Japão.

Na opção Alcochete, a Comissão Técnica Independente (CTI), acusa a CPADA, privilegiou a proximidade geográfica em quilómetros em vez de tempo de deslocação, ignorou custos das acessibilidades ferroviárias e rodoviárias, e assumiu a irreversibilidade da oposição da Força Aérea Portuguesa à localização em Santarém.

E também, prossegue a organização, tratou “de forma ligeira” os alertas reiterados pelo movimento ambientalista, partidos políticos e numerosos especialistas sobre os problemas inultrapassáveis da localização em Alcochete: abate de 250.000 sobreiros, localização em leito de cheia facilmente inundável, sobreposição a um dos maiores aquíferos da Europa e risco sísmico.

Ainda que tenha expressado desconforto com os critérios de avaliação escolhidos pela CTI, a CPADA reconhece o mérito de sugestões propostas, como a deslocação dos jatos privados para o aeroporto de Cascais e dos voos de mercadorias para o aeroporto de Beja.

“Cremos que o debate certo é precisamente este, o de encontrar soluções de adaptação, dado que o único aeroporto do país com capacidade para receber um avião A380, o maior avião comercial, tem sido largamente ignorado, quando poderia ser potenciado com investimento de dezenas de milhões de euros, uma fração ínfima do custo combinado do aeroporto de Alcochete e dos respetivos acessos que implicam o compromisso de um valor muito superior a 10.000 milhões de euros”, diz-se no comunicado.

Os ambientalistas acrescentam a este respeito que seria “um extraordinário serviço ao país” que o setor do turismo, justamente preocupado com os milhares de visitantes perdidos diariamente por falta de disponibilidade do Aeroporto de Lisboa, promovesse o aeroporto de Beja junto de operadores de baixo custo, e apoiasse a organização de voos ‘charter’.

Ativar o aeroporto de Beja, dizem, é a única solução com efeitos imediatos, e beneficiaria em muito o desenvolvimento da região.

“Estamos a tempo de tomar uma decisão que sirva o país e limite o inevitável impacto ambiental”, pode ler-se no comunicado da CPADA, uma organização que defende que o atual aeroporto de Lisboa não deve ser desativado mas que a sua utilização deve ser reduzida e o horário sem voos aumentado.

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