Antiga presidente de mutualista do Porto nega ter desviado mais de 200 mil euros

Antiga presidente de mutualista do Porto nega ter desviado mais de 200 mil euros
| Porto
Porto Canal / Agências

A antiga presidente de uma associação mutualista do Porto, acusada de ter desviado mais de 200 mil euros entre 2017 e 2019, afirmou esta segunda-feira em tribunal que nunca usou dinheiro da instituição para proveito próprio.

A acusação sustenta que, entre 2017 e 2019, a arguida se apropriou de 224.869,80 euros, através de 38 transferências bancárias para as suas contas pessoais, 223 levantamentos em numerário e o depósito nas suas contas ou levantamento ao balcão de 63 cheques por si preenchidos em nome da Glória Portuguesa – Associação de Socorros Mútuos da qual foi presidente entre 2014 e 2020.

Esta manhã, na primeira sessão de julgamento, a mulher que está acusada dos crimes de abuso de confiança qualificado e crime de falsificação de documentos, explicou ao coletivo de juízes do Tribunal de São João Novo que utilizava o dinheiro depositado nas suas contas pessoais para fazer o pagamento de despesas fixas e outras da instituição, nomeadamente salários (cerca 8.000/9.000 euros), fornecedores, subsídios de funerais, entre outras.

“Por norma, havia uma reunião mensal da direção. Eu elaborava um mapa excel [com as despesas a pagar] e ia a casa do tesoureiro e ele assinava 20/30 cheques em branco, tal como eu”, começou por explicar, quando confrontada pelo coletivo de juízes sobre destino do dinheiro depositado nas suas contas pessoais.

Segundo a arguida, a maior parte dos cheques eram depois entregues na secretaria, sendo as funcionárias a preencher os valores monetários mediante o mapa de despesas a pagar, por si fornecido.

Os que ficavam na sua posse, explicou, eram depositados na sua conta e utilizados, tal como as transferências e levantamentos em numerário, para pagamentos a cargo da instituição, explicou.

Perante o coletivo de juízes, a antiga dirigente reconheceu que a forma como administrava os dinheiros da associação “era errada” e o resultado de uma gestão “à deriva”, mas não o fez em seu proveito próprio.

“Sei agora que era errado, mas era prático”, declarou quando confrontada pelo tribunal.

Durante o seu depoimento, a mulher assumiu ter “forjado” relatórios de gestão entre 2016 e 2018, adulterando as contas da associação que, de acordo com aqueles documentos, apresentava um saldo de mais de três milhões de euros.

Questionada pelo Ministério Público, a arguida que, por diversas vezes durante a audiência entrou em contradições quanto ao destino dado ao dinheiro depositado ou levantado das contas da associação, não conseguiu precisar que pagamentos fez com alguns dos cheques que constam da acusação, ou dizer com exatidão “o que era seu e o que era da associação”.

A antiga dirigente afirmou ainda que o montante do desvio de que vem acusada “é exagerado”, sublinhando que há valores que podem ser justificados através de documentação. Negou ainda que fizesse uma vida além das suas possibilidades, afirmando que chegou a ter de penhorar bens de família para pagar as contas.

O argumento foi, aliás, utilizado pelo advogado da arguida para requerer a junção ao processo de outros documentos (recibos de vencimento dos cobradores, comprovativos de pagamento de subsídios de funeral, entre outros) na posse da associação que, defende, podem ajudar a explicar o porquê dos levantamentos e transferências bancárias efetuadas pela antiga dirigente.

O advogado requereu também ao tribunal o levantamento do sigilo bancário da arguida, o que acabou por levar à suspensão da audiência para que a dirigente e as testemunhas possam ser confrontadas com estes novos documentos.

Na sequência deste requerimento, o MP solicitou ainda que o Banco de Portugal informe se, no período entre 2016 e 2019, inclusive, a arguida tinha outras contas de quem era titular ou autorizada.

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