Comerciantes do Bolhão insatisfeitos com atuação de Associação Bolha de Água

Comerciantes do Bolhão insatisfeitos com atuação de Associação Bolha de Água
| Porto
Porto Canal / Agências

Duas comerciantes do Mercado do Bolhão afirmaram esta segunda-feira não se rever na Associação Bolha de Água, que representa alguns comerciantes, e asseguraram existir diálogo tanto com a empresa municipal que gere o equipamento, como com a Câmara do Porto. 

"Não me revejo na associação e não quero que a associação fale dos comerciantes de dentro [interior do mercado]. Não está correto", afirmou Sara Araújo, no período dedicado à intervenção pública da reunião do executivo, referindo-se Associação do Comércio Tradicional Bolha de Água.

A associação, que representa alguns comerciantes do Bolhão, tem vindo a contestar a "falta de diálogo e de participação" dos comerciantes na gestão do mercado, assim como a "aplicação de multas consideradas excessivas e ilícitas".

Comerciante há quase 40 anos no mercado centenário, Sara Araújo assegurou hoje que "toda a vida" manteve o diálogo com o executivo.

"Há uma coisa ou outra mal, mas é normal, estamos aqui para conversar com o executivo. As pessoas de dentro [interior do mercado] estão todas contentes", afirmou, dizendo ser preciso "parar" a atual direção da associação, criada no último trimestre de 2008 por vários lojistas descontentes com a Associação dos Comerciantes do Bolhão.

Também Paula Viana afirmou não estar descontente com o funcionamento do mercado, que reabriu portas a 15 de setembro de 2022.

"Pelo contrário", observou, dizendo adorar o mercado e que, à semelhança de outros espaços, também ali "há regras".

Em resposta às comerciantes, o presidente da Câmara do Porto disse não ver, neste momento, "grande necessidade" em alterar as regras do mercado, mas admitiu existirem melhorias a fazer na infraestrutura, nomeadamente, ao nível do sombreamento e instalação de equipamentos de ar condicionado.

"Não parece normal que vocês deixem que falem em vosso nome e dizerem que não há diálogo. Se estão satisfeitos, organizem-se", sugeriu o autarca independente.

"Se for preciso torno a fazer uma nova associação", respondeu Sara, que foi vice-presidente da respetiva associação.

Apenas a vereadora Ilda Figueiredo, da CDU, se pronunciou sobre o tema, reconhecendo a necessidade de o município avançar com algumas melhorias e de rever o regulamento.

Na sexta-feira, a Associação Bolha de Água anunciou que iria solicitar ao executivo da Câmara do Porto e à Inspeção-Geral de Finanças (IGF) a realização de uma "auditoria externa e independente" à gestão do Mercado do Bolhão, liderada pela empresa municipal GO Porto.

Contactada pela Lusa, a GO Porto afirmou que "mantém todas as suas premissas de transparência em todos os seus processos e a abertura para um diálogo que se pretende útil para todos, e que tem sido sistemático com todos os inquilinos e comerciantes".

Já no sábado, o ex-coordenador do antigo Gabinete do Mercado do Bolhão, Francisco Rocha Antunes, considerou ser “completamente impossível de sustentar” acusações de falta de diálogo e transparência com os comerciantes na gestão do espaço.

O Bolhão reabriu portas a 15 de setembro de 2022 e desde então passaram pelo mercado mais de sete milhões de visitantes.

Neste momento, estão em funcionamento 77 das 79 bancas, sete dos 10 restaurantes e 28 lojas das 38 lojas.

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