O PCP/Porto reconheceu esta segunda-feira que a eleição pela CDU de apenas um deputado pelo distrito ficou “aquém dos objetivos definidos” e diz ver “com preocupação” o resultado obtido pela Aliança Democrática (AD), que venceu as eleições legislativas de domingo.

“O resultado obtido pela AD é um motivo de preocupação para o secretariado da DORP [Direção da Organização Regional do Porto] pelos objetivos reacionários que comporta o seu projeto”, lê-se num comunicado enviado à agência Lusa.

A DORP garante que o resultado obtido pela CDU no distrito – 26.500 votos, 2,38% e um deputado eleito – “permitirá manter o deputado eleito pelo distrito, uma voz na Assembleia da República”, mas admite que fica “aquém dos objetivos definidos”.

Sobre a eleição desse deputado, os comunistas garantem que Alfredo Maia estará “comprometido com a defesa dos salários e pensões, com a valorização do SNS e dos serviços públicos, que lutará pelo direito à habitação e a uma vida digna para quem vive e trabalha na região e no país”.

“Com a força que o povo nos deu, honraremos compromissos, prosseguiremos com a nossa intervenção e presença nos locais de trabalho ou junto das populações que reivindicam direito a uma vida melhor”, refere.

A agenda do deputado eleito, Alfredo Maia, conta já com uma reunião na quarta-feira com a União de Sindicatos do Porto para “avaliar os problemas concretos de trabalhadores da região”.

A DORP dá também conta de que também está marcada uma reunião com a direção da Unidade Local de Saúde do Tâmega e Sousa na quinta-feira “para abordar as carências de resposta do SNS à população daquela região”.

Já para 24 de março, acrescenta, está previsto um comício com o secretário-geral do partido, Paulo Raimundo, na Escola Secundária Almeida Garrett, em Vila Nova de Gaia.

No texto, o PCP aproveita para saudar os candidatos e ativistas da CDU que “contactaram com dezenas de milhares de pessoas nos 18 concelhos do distrito, ouviram preocupações e anseios, afirmaram propostas e soluções para os problemas que afetam os trabalhadores e o povo”.

A nível nacional, a AD venceu as eleições legislativas de domingo com 29,49% dos votos e 79 deputados, contra os 28,66% e 77 deputados alcançados pelo PS, quando ainda faltam atribuir os quatro mandatos do círculo da emigração.

O Chega quadruplicou o número de deputados para 48, com 18,06% dos votos.

A IL conquistou oito deputados (5,08%), o BE manteve os cinco deputados (4,46%), a CDU diminuiu o número de deputados face a 2022 para quatro (3,3%).

O Livre vai formar pela primeira vez grupo parlamentar, tendo conseguido alcançar quatro deputados (3,26%), enquanto o PAN mantém-se com um deputado (1,93%).

No distrito do Porto, a AD também ganhou com 30,41% dos votos, enquanto o PS ficou em segundo com 30,32% e o Chega em terceiro com 15,33%.

A IL conquistou o quarto lugar no distrito com 5,74% dos votos, seguindo-se o Bloco de Esquerda com 4,66%, o Livre com 3,35% e a CDU em sétimo com 2,38%.

Em 2022, a CDU tinha sido a sexta força mais votada no distrito do Porto, com 3,28% dos votos e à frente do Livre (1,16%), mas elegendo igualmente um só deputado.