Mariana Mortágua: "Seremos parte de qualquer solução que afaste a direita do Governo"

| Política
Porto Canal

A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, assegurou esta noite que o partido será parte de uma “solução que afaste a direita do Governo”, considerando que a “inegável viragem à direita” é resultado da “política desastrosa” da maioria absoluta do PS.

Numa reação desde o quartel general do BE para esta noite eleitoral, o Fórum Lisboa, Mariana Mortágua considerou a “situação ainda não totalmente clara” em termos de mandatos, mas referiu que, apesar “desta viragem à direita” nas eleições de domingo, o partido “manteve-se firme” e teve mais “cerca de 30 mil votos”, continuando com os mesmos cinco deputados.

“Faremos exatamente o que dissemos que íamos fazer. Seremos parte de qualquer solução que afaste a direita do Governo”, assegurou.

De acordo com a líder do BE - que falou antes do líder do PS, Pedro Nuno Santos, assumir a derrota - "se for impossível essa solução para afastar a direita do Governo", ficou uma garantia que o povo de esquerda saiba "terá no BE a oposição mais combativa à direita".

"Somos a esquerda de confiança e aqui estaremos a cada dia, aconteça o que acontecer, venha o que vier para erguer neste país uma alternativa à esquerda para defender o nosso país", prometeu.

Nesta altura, ouviu-se na sala muitos aplausos e gritos pelo Bloco de Esquerda e repetidas vezes "25 de Abril sempre, fascismo nunca mais".

No período das perguntas dos jornalistas, e quando questionada sobre se considerava que este resultado do BE era uma derrota por não ter recuperado deputados, Mortágua respondeu que um dos objetivos dos bloquistas era crescer.

"O Bloco cresceu em votos, quando esses votos são contados e na distribuição de mandatos não conseguimos a eleição em distritos importantes. O Bloco cresceu, tem o seu grupo parlamentar e dará um enorme contributo quer numa solução quer na oposição à direita", prometeu.

Segundo a líder bloquista, "quem acompanhou esta campanha" sabe "como o Bloco foi recebido e sabe da simpatia", considerando que prova disso é que cresceu "em votos quando no país se verifica uma viragem à direita".

"Prova da enorme resistência e energia deste partido que está aqui para o que der e vier", enfatizou.

No entanto, Mortágua assumiu que com esta viragem à direita "o principal objetivo do Bloco que era contribuir para uma maioria clara à esquerda ficou em causa".

"Esse esgotamento da política da maioria resultou nesta subida da direita. (...) A responsabilidade da esquerda é construir uma alternativa", defendeu, prometendo que o BE vai estar todos os dias, seja na rua seja no parlamento, "a afirmar uma alternativa de esquerda".

A líder do BE respondeu aos jornalistas que ainda não tinha falado com Pedro Nuno Santos, aguardando a distribuição de "todos os mandatos para que a situação se clarifique".

Ao longo da noite, as pessoas que encheram a sala no Fórum Lisboa foram festejando cada uma dos mandatos conquistados. Entre os presentes estavam os antigos líderes Francisco Louçã e Catarina Martins e o fundador do BE Fernando Rosas.

O BE manteve hoje os cinco deputados que tinha, elegendo dois por Lisboa (Mariana Mortágua e Fabian Figueiredo), dois pelo Porto (Marisa Matias e José Soeiro) e um por Setúbal (Joana Mortágua).

+ notícias: Política

PSD: Montenegro eleito novo presidente com 73% dos votos

O social-democrata Luís Montenegro foi hoje eleito 19.º presidente do PSD com 73% dos votos, vencendo as eleições diretas a Jorge Moreira de Silva, que alcançou apenas 27%, segundo os resultados provisórios anunciados pelo partido.

Governo e PS reúnem-se em breve sobre medidas de crescimento económico

Lisboa, 06 mai (Lusa) - O porta-voz do PS afirmou hoje que haverá em breve uma reunião com o Governo sobre medidas para o crescimento, mas frisou desde já que os socialistas votarão contra o novo "imposto sobre os pensionistas".

Austeridade: programa de rescisões poderá conter medida inconstitucional - jurista

Redação, 06 mai (Lusa) - O especialista em direito laboral Tiago Cortes disse hoje à Lusa que a constitucionalidade da medida que prevê a proibição do trabalhador do Estado que rescinde por mútuo acordo voltar a trabalhar na função Pública poderá estar em causa.