Há milhares de caloiros sem acesso ao cartão de estudante, mas o problema poderá ficar resolvido já no próximo mês.

Cerca de 7.000 alunos da Universidade do Porto (U.Porto) encontram-se sem acesso ao cartão de estudante desde o início do ano, devido a uma incompatibilidade tecnológica entre os leitores das faculdades e o tipo de cartão emitido pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), o parceiro bancário da instituição pública desde junho de 2023.

 

 

 

Ver esta publicação no Instagram

 

 

 

Uma publicação partilhada por Porto Canal (@porto.canal)

O problema alastra-se também à comunidade docente e não docente que tenha celebrado um novo contrato com a Universidade, a partir de agosto do ano transato.

Fonte da U.Porto assegurou ao Porto Canal que “no início de março” os estudantes e colaboradores “irão receber os seus cartões definitivos, já com identificação visual do portador e compatível com todos os identificadores existentes”.

Alguns estudantes queixam-se da falta de informação por parte da Universidade. “Não fui informada relativamente a prazos, nem porque é que está a acontecer este atraso”, acusa Inês Dalte, aluna da Licenciatura em Línguas e Relações Internacionais da Faculdade de Letras.

Há ainda quem tenha tido conhecimento do motivo para o atraso através da comunicação social. “Li um artigo onde explicava que houve um problema técnico, mas não acredito muito nesse caso”, confessa Ana Araújo do Curso de Línguas, Literaturas e Culturas.

Sem cartão de estudante, os alunos não conseguem entrar no parque de estacionamento, requisitar livros na biblioteca, nem marcar a senha de almoço ou a presença nas aulas.

Neste último ponto, para validar a presença dos alunos, os docentes têm “passado uma folha, ou fazem a chamada”, confirma Ana Guedes, outra caloira de Letras, que realça a compreensão dos professores.

Face à incompatibilidade técnica, a solução imediata passou pela emissão e distribuição de cartões provisórios, de modo a “evitar problemas de iniquidade de acesso aos diferentes serviços da Universidade”, adianta a U.Porto.

O cartão temporário não dispõe da identificação do seu portador e possibilita “aceder automaticamente a todos os serviços da Universidade, com algumas exceções localizadas, onde o estudante ou colaborador poderá ter de indicar verbalmente o seu número mecanográfico”, explica a mesma entidade.

A Universidade garante também que, neste momento, todos os visados têm acesso ao cartão provisório. João Neves, caloiro da Licenciatura de Ciências da Informação, confirma a posse do dispositivo temporário, mas não reconhece a sua utilidade.