Gondomar, 13 ago (Lusa) - O presidente da câmara de Gondomar, Marco Martins, disse hoje estar "disponível para articular" com as várias autarquias do Porto uma solução de subconcessão da STCP, mas tendo a garantia de que o Governo "assume o passivo da empresa".

"A câmara de Gondomar está disponível para dialogar e reunir porque as questões de mobilidade são muito importantes e somos muito sensíveis a esta matéria. Partindo do pressuposto, e isto para Gondomar é fundamental, de que o Governo faz no Porto o mesmo que em Lisboa, que é assumir o ónus e o passivo da empresa", disse Marco Martins.

O presidente da câmara de Gondomar falava à agência Lusa a propósito do anúncio da Câmara do Porto de que vai concorrer, através de uma empresa municipal, à subconcessão STCP e irá apresentar uma "proposta sustentável" que melhor adeque a oferta da rede à procura dos cidadãos.

Quanto aos municípios vizinhos, por onde também circulam transportes da STCP, o presidente da câmara do Porto, Rui Moreira, aceitou a hipótese de as mesmas poderem entrar juntamente com a autarquia à qual preside na subconcessão, mas admitiu que tal diálogo ainda não existiu.

Explicou ainda que o conceito de rede pretendido visa articular "todas as antenas", ou seja "as ligações com outros municípios em corredores previamente definidos".

"Antes de mais este concurso não é aquilo que os autarcas queriam. O que os autarcas queriam, e foi isso que o Conselho Metropolitano aprovou, era que em cada território, cada autarca pudesse definir a rede que passa no seu concelho, sem prejuízo dela depois ser articulada do ponto de vista supramunicipal", reagiu o presidente da câmara de Gondomar.

Mas, para Marco Martins, "dado que o Governo avançou em outro sentido", não existe "mal nenhum em que as autarquias se possam candidatar ao concurso": "Mas acho que deve ser feito em conjunto e aquilo que sei da câmara do Porto é pelos jornais", admitiu o autarca de Gondomar.

"Ou a câmara do Porto tem alguma informação privilegiada de que o Governo vai alterar o caderno de encargos no sentido da STCP servir só o Porto, como chegou a ser ventilado ainda que sem garantia. Ou então há uma precipitação porque esta hipótese teria lógica se fosse feita articuladamente", acrescentou Marco Martins.

O concurso lançado na sexta-feira abrange as concessões da Metro do Porto e da STCP, mas as respetivas adjudicações poderão ser feitas em conjunto ou em separado, isto é, poderá ou não ser o mesmo operador a gerir as duas redes de transportes.

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