Quatro anos depois, discoteca Kasa da Praia continua ao abandono
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Porto Canal
24 de fevereiro de 2020. Há quatro anos, a discoteca Kasa da Praia, no Porto, abria pela última vez as portas para celebrar o Carnaval. Poucos dias depois, a 2 de março, a pandemia da Covid-19 obriga a discoteca a fechar portas que nunca mais voltariam a ser abertas. Nas redes sociais, um comunicado de “despedida” nunca foi feito, com o encerramento do espaço noturno a manter-se até aos dias de hoje.
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Uma morte há muito anunciada
Mais de dois anos e meio depois da entrada em vigor do Programa de Orla Costeira Caminha - Espinho, o futuro do edifício permanece incerto. Os Planos de Intervenção nas Praias Marítimas recomendam a demolição da discoteca Kasa da Praia, bem como do Edifício Transparente.
Também a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) mantém a intenção de demolir o Edifício Transparente e a discoteca Kasa da Praia, no Porto, segundo a versão corrigida do Regulamento de Gestão das Praias entre Caminha-Espinho. O mesmo acontece com o PIP da Praia Internacional.
Questionada pelo Porto Canal em fevereiro de 2023, a APA esclareceu que se mantinha “a indicação de demolição de todas as construções (em domínio hídrico) cuja localização se considera inadequada face ao risco e que não prestem apoio às atividades de interesse público ou não apresentem condições para adaptação/reabilitação de acordo com o Regulamento de Gestão das Praias Marítimas”.
Foi a 16 de maio de 2015 que a Kasa da Praia abriu as suas portas pela primeira vez. A discoteca ocupava o antigo edifício da subestação de abastecimento de energia dos elétricos, na Praia Internacional do Porto, e que nos anos de 1980/90 acolheu o Colégio Luso Internacional.
Este projeto de renovação, que ficou a cargo do arquiteto Filipe Oliveira Dias, contou com uma década de atrasos motivados, em parte, por problemas com o licenciamento por parte da autarquia. O investimento na antiga discoteca ascendeu aos cinco milhões de euros.