Longe vão os tempos em que a canção imortalizada por Amália Rodrigues seria capaz de fazer jus aos ‘ares lisboetas’. Desde segunda-feira que a região foi assolada por um mau cheiro que tem sido descrito nas redes sociais como um “odor a podre”, um cheiro a ”‘bagaço de azeitona”.

Segundo Sofia Teixeira, investigadora do departamento de qualidade do ar da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, a origem do mau cheiro pode dever-se a "diversos setores de atividade”, apontando como fortes probabilidades a “indústria do processamento do bagaço de azeitona ou até mesmo o processamento de resíduos".

 

 

 

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Para a investigadora, a intensificação dos odores ter-se-á devido aos ventos oriundos do quadrante sul aliados a uma “inversão térmica muito baixa”, explicando que esta “percepção de cheiros” não está relacionada com a massa de ar proveniente dos desertos do Norte de África que transporta poeiras em suspensão. A Direção Geral de Saúde já alertou a população de que a prática de atividade física ao ar livre deve ser limitada, com crianças, idosos e doentes a serem aconselhados a manterem-se no interior dos edifícios, preferencialmente com as janelas fechadas.