Regionalização poderia ajudar a resolver crise da habitação, defende Rui Tavares

Regionalização poderia ajudar a resolver crise da habitação, defende Rui Tavares
| Política
Porto Canal/Agências

O porta-voz do Livre, Rui Tavares, defendeu este sábado no Porto, durante a manifestação em defesa da habitação, que a regionalização poderia ajudar a resolver a crise no setor, tal como sucede "pela Europa fora".

"Nós vemos que pela Europa fora as regiões estão na linha da frente da construção de habitação pública e de refuncionalização de espaços e de edifícios públicos que podem cumprir outros propósitos", disse aos jornalistas na rua de Santa Catarina, no Porto, durante a manifestação pelo direito à habitação.

Para Rui Tavares, a existência de regiões "é muito importante porque podem captar mais fundos europeus, podem ajudar as câmaras municipais, e podem, nas zonas de fronteira dos municípios, construir mais habitação em zonas que às vezes estão um bocadinho esquecidas, porque não são nem de uns nem de outros".

"E uma coisa muito importante: habitação que seja planeada de outra maneira. Quando nós fazemos habitação e deixamos nas mãos do mercado, e o mercado, na periferia, foi favorecendo a construção de moradias com a sua garagem, o que acontece é que também favorecemos muito a utilização do carro individual", disse o líder do Livre.

O deputado único do partido defendeu a existência de "casas mais densificadas em torno, por exemplo, de estações de caminho-de-ferro, algumas delas também em edifícios antigos, que também podem adquirir mais serviços".

Para Rui Tavares, o problema com a regionalização no último Governo é que "não a fizeram".

"Basicamente, António Costa, o que fez, foi um arremedo de uma regionalização só para autarcas, em que os autarcas escolhem os seus representantes nas CCDR [Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional] e tudo se passa muito longe das pessoas", considerou.

O historiador defende ser necessário "confiar na inteligência do cidadão português, em que explicando a regionalização como ele deve ser explicada, planeando-a não só nos gabinetes dos partidos", mas também através de uma "assembleia cidadã".

"Isso pode desbloquear esta intoxicação da opinião pública que foi feita contra a regionalização. A regionaização é uma coisa boa para todo o país, é boa para Lisboa, para o Porto, para as áreas metropolitanas, mas é boa para Trás-os-Montes e para o Alentejo", advogou.

A regionalização é uma das "promessas da constituição de 1976 que não foram cumpridas", disse aos jornalistas.

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