Federação Académica do Porto receia que estudantes que vivem com tios ou avós fiquem sem bolsa

Federação Académica do Porto receia que estudantes que vivem com tios ou avós fiquem sem bolsa
| Porto
Porto Canal/Agências

A Federação Académica do Porto (FAP) afirmou esta quarta-feira que as alterações ao regulamento de atribuição de bolsas "estão a gerar dúvidas de interpretação" e receia que alguns estudantes que vivem com tios ou avós fiquem sem o apoio.

Em comunicado, a FAP esclarece que quando foi consultada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior "alertou para as consequências que poderiam resultar da alteração do conceito de agregado familiar".

As preocupações da FAP "não foram acolhidas e a alteração foi consumada", sustenta o presidente, Francisco Porto Fernandes, acrescentando que a nova versão do regulamento de atribuição de bolsas "veio estabelecer que, na interpretação do conceito de agregado familiar, deve prevalecer a morada fiscal dos cidadãos".

"Esta alteração, de trocar um ‘e’ por um ‘ou’ faz toda a diferença, porque a partilha de morada fiscal não significa que exista uma economia conjunta nem uma participação efetiva nas despesas do estudante que se encontra a frequentar o Ensino Superior", defende o presidente.

Para a FAP, o novo conceito de agregado familiar "leva a que sejam considerados os rendimentos dos avós, ou de outros familiares, no caso de o estudante ter perdido a capacidade de manter uma habitação própria, devido ao aumento das rendas ou à incapacidade de suportar as prestações de crédito bancário".

Francisco Porto Fernandes salienta também que, apesar do aumento do limiar de elegibilidade para o acesso à bolsa de estudo, "o custo com a propina também deixou de ser considerado na fórmula que determina a entrada no sistema".

"Este tipo de abordagem poderá condicionar o alargamento do número de beneficiários", acrescenta.

Também a Associação Académica de Coimbra (AAC) alertou esta quarta-feira, num comunicado enviado à Lusa, para o facto de o regulamento pôr em causa o apoio a alunos carenciados alojados em casa de familiares, ao serem contabilizados esses rendimentos no cálculo de atribuição da bolsa.

Contactado pela Lusa, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, tutelado por Elvira Fortunato, justificou que decidiu alterar o conceito de agregado familiar para ir de encontro à auditoria realizada pelo Tribunal de Contas Europeu.

“A alteração foi introduzida no seguimento das preocupações apresentadas pelo Tribunal de Contas Europeu em auditoria sobre esta matéria e procurou reforçar a equidade e consistência nos mecanismos de atribuição de bolsa”, afirmou a tutela.

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