Câmara com esperança que arranque dos planos para Campanhã não coincidam com frentes de obras do metro
João Nogueira
São muitas as críticas às obras que assolam a cidade do Porto atualmente, e as preocupações aumentam agora com a divulgação dos projetos de urbanização de Campanhã, que incluem uma nova estação de Alta Velocidade. O município, por seu lado, perspetiva com “esperança” que parte das obras do metro estejam concluídas, quando tudo estiver pronto para arrancar na zona oriental da cidade.
“A nossa esperança e a nossa expectativa é que, quando começar a obra ferroviária em Campanhã, parte das obras de metro já esteja concluída e, portanto, que o sistema urbano esteja reposto na sua normalidade”, declarou o vereador do Urbanismo, Pedro Baganha, na sessão de apresentação do Plano de Urbanização de Campanhã, apresentado esta sexta-feira na Câmara do Porto.
As intervenções vão obrigar a uma grande coordenação entre a Infraestruturas de Portugal e a Câmara do Porto para um projeto que “já devia ter acontecido há 30 anos”.
“Estamos a correr atrás do projeto”, admitiu Pedro Baganha que, tal como Rui Moreira disse no início da cerimónia, reconhece que “a alta velocidade vai acelerar um conjunto de iniciativas municipais” desenhadas há mais de uma década.
Quanto a prazos, o vereador esclareceu que a construção da nova estação de Campanhã “está dependente do avanço das obras de Alta Velocidade”: "Agora estamos dependentes dos timings do concurso que foi lançado, há muito pouco tempo, pelo Primeiro-Ministro”.
O plano de urbanização é uma resposta para evitar um desenvolvimento não planeado da cidade. “Todas as cidades se transformam quando se constrói ferrovia, e esta é uma oportunidade irrepetível para corrigir problemas que a Ferrovia trouxe, precisamente a Campanhã”.
A zona oriental da cidade do Porto, nomeadamente a estação de Campanhã, foi construída sem qualquer planeamento, lembrou Rui Moreira, o que gerou vários “rasgões” que podem ser agora resolvidos com o projeto.