Tradição de Vila Real candidata a Património Imaterial

Tradição de Vila Real candidata a Património Imaterial
Foto: Ecclesia
| Norte
Porto Canal / Agências

A Câmara de Vila Real candidatou o andor da Senhora da Pena, que ultrapassa os 20 metros de altura, ao Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (INPCI) para valorizar e perpetuar uma tradição que remonta ao século XVIII.

“É um orgulho valorizar o que é nosso e o que é nosso em muitos casos é único em Portugal e é único no mundo. Esta candidatura obrigou-nos a saber da história, mas permitirá globalizar e perpetuar no tempo este saber ancestral que, claramente, valoriza o nosso património cultural e humano”, afirmou o presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, que falava em conferência de imprensa.

A Senhora da Pena é a maior romaria da região e é conhecida por ter um dos maiores andores do país, que ultrapassa os 20 metros, pesa cerca de duas toneladas e precisa de mais de 100 pessoas para o transportar.

A candidatura foi divulgada esta segunda-feira, mas submetida a 27 de novembro à Direção-Geral do Património Cultural e resultou de um trabalho, desenvolvido ao longo de um ano e coordenado pelo investigador Vitor Nogueira, de recolha de informação no arquivo da arquidiocese de Braga, onde anteriormente pertencia Vila Real, em jornais e através de entrevistas com populares e mordomos das comissões de festas.

Esta tradição remonta ao século XVIII e a cada ano a festa é organizada por uma das 11 aldeias da freguesia de Mouçós. Em 2024 é a vez de Sigarrosa.

Em 2023, o andor ultrapassou os 22 metros, mas a procissão não se realizou por precaução devido ao mau tempo.

A vereadora do pelouro da Cultura, Mara Minhava, disse que a candidatura foi aceite e está em avaliação por parte de uma comissão, esperando-se que as “boas notícias” sejam divulgadas antes da romaria da Senhora da Pena, que se realiza sempre no segundo fim de semana de setembro.

“É uma forma de valorizarmos uma tradição que tem características etnográficas, sociológicas e antropológicas únicas. É um esforço comunitário que acaba por fortalecer o sentimento de pertença à comunidade”, salientou a vereadora.

O trabalho de investigação e de recolha de documentação e testemunhos servirá ainda, acrescentou, para perpetuar esta tradição.

“Estamos a falar de uma cultura muito própria, de uma tradição muito própria. Para quem não conhece pode até parecer um bocado bizarro e estranho, mas que corresponde a uma forma de encarar uma tradição, uma procissão que diz muito àquelas gentes de Mouçós”, afirmou o padre Márcio Martins.

O sacerdote explicou que a altura do andor está relacionado com uma espiritualidade ligada ao sacrifício de quem leva o andor e acima de tudo também significar sempre um aproximar de Deus.

“É muito importante para a freguesia de Mouçós e Lamares que o andor da Senhora da Pena seja conhecida a nível mundial, porque isto leva-nos para outros patamares”, salientou o presidente da Junta de Mouçós, Hélder Afonso.

Para realçar a importância da romaria, Hélder Afonso citou a quadra popular: - “Ir à Senhora da Pena e não ver o seu andor é como subir ao céu e não ver o nosso Senhor”.

O município quer também inscrever no INPCI tradições como a dos doces típicos pito e gancha, a procissão do Bom Jesus do Calvário e as tunas rurais do Alvão e do Marão, esta última em parceria com as câmaras de Santa Marta de Penaguião e Amarante.

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