Porto, 08 ago (Lusa) -- O Sindicato dos Motoristas considerou hoje as reuniões da Metro e Sociedade de Transportes Coletivos do Porto uma "farsa" porque à hora a que ainda se realizava a da STCP saía em DR o concurso para as suas subconcessões.

A entidade critica ainda o presidente do Conselho Metropolitano do Porto (CmP), com assento na administração da Metro, por, no espaço de uma semana, e depois de ter pedido o adiamento da decisão da concessão a privados, ter alterado a sua posição.

A Lusa tentou obter uma reação das duas empresas, mas tal não foi possível.

As empresas de transportes públicos Metro do Porto e STCP lançaram hoje o concurso público para a subconcessão da operação e manutenção das redes que operam na Área Metropolitana do Porto (AMP).

"Desconhece também o Sindicato Nacional dos Motoristas os motivos que levaram os autarcas do PS da AMP a alterar a posição defendida na pretérita semana, e que foi eco nos órgãos de comunicação social, através do seu secretário-geral, defendendo a STCP ao comunicar que a mesma devia manter-se na esfera do Estado", lê-se numa nota enviada à Lusa.

O Sindicato Nacional dos Motoristas questiona ainda quais as "contrapartidas" dadas pela tutela e, nomeadamente, aos autarcas socialistas da região para os fazer mudar de opinião.

"Lamentamos que nem a Comissão de Trabalhadores da empresa, nem as Organizações Representativas dos Trabalhadores (ORT´s) tenham sido chamadas ao processo", refere o documento.

Segundo a entidade, esta situação passa a ideia de o país ser uma "república das bananas".

Por esse motivo, na próxima semana, o Sindicato Nacional dos Motoristas irá tentar reunir com a Comissão de Trabalhadores da STCP para, em conjunto, definirem "ações de contestação".

O concurso para a concessão do sistema geral da Metro do Porto inclui o sistema de Metro Ligeiro da Área Metropolitana do Porto e prevê a "realização das atividades relativas a transportes a alternativos, exploração dos espaços comerciais e a publicidade".

Já o concurso relativo ao sistema de transporte rodoviário, explorado pela STCP, "inclui a exploração do serviço público de transporte coletivo de passageiros de superfície em modo rodoviário, em Autocarros, na área da cidade do Porto, em regime de exclusivo, e a exploração de transportes coletivos de passageiros dentro da área urbana do Grande Porto ou fora daquela área geográfica nas linhas, partes de linha, nos percursos e parte dos percursos definidos no Caderno de Encargos, bem como exploração dos espaços destinados a afixação de Publicidade"

O anúncio de procedimento refere ainda um "prazo contratual de 96 meses a contar da celebração do contrato" e um critério de adjudicação assente no "mais baixo preço".

Numa declaração escrita enviada à Lusa na sequência da reunião da administração do Metro do Porto na qual o conselho Metropolitano do Porto tem assento, o presidente do Conselho Metropolitano do Porto (CmP), Hermínio Loureiro, congratula-se com o facto de o modelo definido pelo Governo ir "ao encontro de diversas exigências do CmP, nomeadamente daquelas que passam pelo reforço das competências dos municípios".

SYF (LIL/PD) //

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